CRIANDO EMPRENDEDORES: FAMÍLIA PRIMEIRA ORGANIZAÇÃO E TERRENO FÉRTIL.

A organização familiar é o terreno fértil para plantar a semente que carrega o potencial empreeendedor. Ser empreendedor é ter iniciativa, foco em resultados, persistência, capacidade de buscar conhecimento, correr riscos calculados e comprometer-se com a vida e o que acontece ao seu redor, mas é importante saber onde começa brotar a semente do empreender, o terreno inicial e a organização familiar.
A família começa geralmente com duas pessoas que trazem em suas bagagens emocionais crenças e valores adquiridos em suas relações vinculares e assim se forma o casal. Quando pensam em ter filhos, fazendo assim o registro da família, idealizam ter filhos inteligentes, bem resolvido e autônomos e muitas vezes têm a esperança que este filho venha a resolver suas fragilidades, mas não têm clareza de que a busca deste ideal pensado tem a ver com o jeito como lidam com as próprias fragilidades não resolvidas, desta forma suas crencas e valores recebem este novo componente. Portanto, cada um vem para esta nova organização com o seu ideário do que é ser um membro de organização e que organização é esta que vai formar.
O diálogo entre os componentes sobre o que significa pertencer, quais as tarefas que terá que desempenhar e quais as suas responsabilidade no sistema familiar e de fundamental importância para compreender as diferenças e lidar com elas criando um vínculo afetivo de qualidade. “A família é a primeira organização social onde os membros se organizam no sentido de lidar com seus temores e ansiedades protejendo-se, pela organização que criam e perpetuam, dos perigos de fragmentação e destruição advindos tanto de seu próprio interior quanto de fora dela” (Mayer Luis). Partindo desta idéia de Mayer, a missão da família é auxiliar os indivíduos que a compõe na travessia de uma situação de dependência absoluta para uma gradativa autonomia, sendo a organização familiar a base segura, com os pais apoioando e orientando a condição necessária para que os filhos venham a desenvolver o potencial empreendedor, tornando-os seres autônomos e interdependentes.

Criar empreendedores é uma tarefa da família, da mesma forma como um cultivador acredita no potencial de sua semente e utiliza-se de sabedoria para a escolha do terreno, observando e respeitando as caracteristicas e o tempo certo para o plantio. O que se quer dizer com isso? Crer no potencial da semente é observar seu filho, incentivando-o a testar suas compentências e lidar com suas frustrações, tentando de novas maneiras até obter o melhor de si, tendo a segurança do apoio do cultivador que com amor e sabedoria dá o suporte necessário em cada fase. Além disso é essencial escolher o terreno e pesquisar com quais outras organizações a família se identifica.
É importante que os pais oportunizem um conhecimento amplo de outras realidades focando e possibilitando a reflexão para escolhas de caminhos e tomadas de decisão, observando as características e o tempo, além de considerar que cada pessoa poderá fazer coisas que estejam de acordo com seu perfil e com sua maturidade. A supervisão dos pais sincronizados, criando um ambiente de respeito a novas visões, requer qualidade de tempo e consciência de que ser pai e mãe é mão de obra que não pode ser tercerizada, mas podem os pais buscar assessoria para assegurar que esta semente transforme-se e venha a se tornar o melhor dela. Sendo um cultivador atento saberá quando a semente deve ser banhada pelo desejo da transformação e observar a cada estação qual a atitude de cuidado necessários para que possa crescer e dar bons frutos. O desejo é o que move o ser na busca do tornar-se, portanto, quando os pais dão aos seus filhos tudo o que eles pedem, a fonte do desejo seca e o potencial tende a murchar e morrer.

Esta idéia emprestada da observação da natureza para entender o ser humano e sua dinâmica de transformação, facilita a compreensão de interdependência e de cuidado que os pais necessitam ter para auxiliar seus filhos a crescer e tornar-se empreendedores. Ter consciência é tornar claro através do diálogo e das atitudes o que esta organização tem como valores, sendo os pais com seu agir no mundo, exemplo a ser seguido, o que os torna parceiros de caminhada na viajem que é a vida. Deste modo, o verbo tem peso, mas as atitudes coerentes peso muito maior. “Ensina a criança no caminho em que deve andar e ainda quando for velho não se desviará dele” (Provérbios 22:6.)
Assim sendo, vamos cultivar este empreendedor e procurando identificá-lo nas organizações empresariais, dando continuidade à obra que se iniciou na família, tornando-se cultivador de sementes que darão bons frutos na comunidade e semente para as novas gerações e, assim como na natureza, dando início a um novo ciclo. O empreendedor é a pessoa que tem esta visão ampla e acredita nela, entendendo que a idéia da impossibilidade, dita pelos outros, é apenas uma opinião, como afirma o filósofo e educador Mario Sergio Cortela, em sua palestra da Conexão Empresarial.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

FAMÍLIA E ORGASMO VIVO QUE SE MOVE ATRAVÉS DOS CICLOS.

A família vive em constantes movimentos que promove novas aprendizagens conforme mudam os ciclos de vida. Cada fase tem as tarefas a serem desenvolvidas pelos membros da família e os conflitos são inevitáveis, mas para continuar evoluindo se faz necessário buscar um equilíbrio na funcionalidade do sistema e oportunizar o crescimento dos membros que a compõem. Muitas vezes, a família necessita buscar ajuda para se reorganizar e continuar seu desenvolvimento.
A intenção de se ter uma família começa no namoro. Nesta fase do relacionamento cada um vai buscar conhecer o outro e sua família. Os dois focalizam suas energias no futuro,fazendo planos para a realização dos sonhos. Começa então, a separação da família de origem, o treino da autonomia e a discussão de normas e regras para a formação do novo núcleo. Os conflitos que surgem são por ciúmes, dificuldade na formação das regras e de lidar com a autonomia. Depois de um tempo de namoro vem o casamento devendo ocorrendo efetivamente a separação da família de origem e o exercício de autonomia. O casal então procura desenvolver regras próprias e a negociação com a família do conjuge. Nesta fase, os conflitos se instalam pelas lealdades não resolvidas com as famílias de origem. Dependendo de como isso ocorre pode acontecer atraso na formação das próprias regras desta nova familia.Desta forma cada um dos conjuges, ou ambos,criam aliancas com os pais,impondo ao outro suas regras o que leva a disputa de poder.
Com a continuidade do casamento vem os filhos e os pais que eram somente marido e mulher mudam seus papéis.Além do papel conjugal passam a ter tambem o parental, necessitando reformular o contrato matrimonial, definindo a quem compete responsabilizar-se pelas novas tarefas e buscar o equilíbrio nos papéis. No ciclo familiar pode ocorrer o estacionamento no crescimento da relação do casal, e alem disso a comunicação por vezes pode ocorrer através dos filhos. Os filhos crescem e se tornam adolescentes e novas tarefas aparecem e os pais necessitam modificar-se para dar conta delas. Nesta fase necessitam permitir a autonomia dos filhos e preparar-se para a próxima fase e assim reencontrar-se na relação de casal ,onde os conflitos se dão pela dificuldade em reorganizar as hierarquias e falta de ocordo no estabelecimento de novas regras. Neste momento os pais estão também vivendo a crise da meia idade alem da tarefa de permitir a saida dos filhos, desenvolver a relação de iguais, preparar-se para o papel de avós, adaptar-se as mudanças no contexto familiar e social.
Desta forma ao mesmo tempo que os filhos saem de casa muitas vezes ocorre também a morte dos pais, e por estar sentindo-se no vazio não é incomun a invasão na vida dos filhos com uma dependência implícita ou explícita impedindo os filhos de seguir seu ciclo vital. A tarefa nesta fase é de: enfrentar estas perdas ,elaborar luto e encontrar um sentido de vida .Aqui a dificuldade maior e de elaborar estas perdas e encontrar um novo espaço no contexto familiar e social. Com isso, as pessoas tornam-se amargas podendo vir a desenvolver sintomas psicossomáticos e muitas vezes ter morte precoce.
Dependendo da plasticidade cerebral dos pais e da maturidade em entender que ter familia exige responsabilidade para sempre mas diferente em cada fase, a família passará pelos ciclos e formará vínculos saudáveis para enfrentar as adversidades da vida.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

CASAMENTO E PLANEJAMENTO FINANCEIRO.

No casamento é importante saber compartilhar, tornar o que é meu em nosso e isso se passa também pelo planejamento financeiro. O financeiro é um dos grandes conflitos dos casais, principalmente quando os dois trabalham e têm ganhos diferentes, projetos diferentes de como usar o dinheiro que recebem e fazer estes realmente serem vistos como nosso.
A base de um casamento sólido começa pelo amor, e passa pelos projetos e planejamento financeiro que condicione a realização dos sonhos de ambos, para que possam crescer no relacionamento e também crescer no financeiro. Colocar as contas na mesa e pensar juntos pode ser uma solução saudável, mas e preciso criar uma relação aberta para que a comunicação flua e as decisões sejam tomadas.
É comum em terapia ouvir o marido falar que o dinheiro da mulher e para ela usar com as “coisinhas” dela, mas quando vai ver na prática ela acaba usando todo ele com gastos familiares, mas que praticamente não aparece quando não é compartilhado o valor que cada coisa custa. Já o dinheiro do marido é determinado para os grandes projetos, assim parece que somente ele pode ter o poder decisório. A sugestão para os casais é que se utilizem de planilhas para o registro do ganho dos dois e da utilização do dinheiro dos dois, desta forma podem ver, compartilhar os projetos e investimento, sentindo-se parte de toda a construção e também responsáveis pelos erros e acertos. Constantemente, tanto o homem quanto a mulher escondem do parceiro como utilizam seus ganhos, não conseguindo viver com alegria o resultado de seu trabalho e muitas vezes acabam ficando angustiados, pois necessitam mentir sobre um objeto que adquiriram ou sobre um investimento que fizeram por medo de críticas e cobranças que se fossem discutidas anteriormente eliminariam este conflito.
Portanto, para um casamento saudável sugere-se que tanto o marido, quanto a esposa compartilhe seus sonhos e planejem quando os sonhos que requerem investimentos financeiros podem ser realizados sem criar conflitos e problemas futuros, pois os dois juntos assumem riscos calculados para cumprir seus compromissos. E, ainda, que cada um possa ter uma quantidade que gaste livremente sem precisar comunicar o outro, pois cada um tem conceito diferente do que é importante em um dado momento.
Assim sendo, que 2013 traga, para todos os casais empreendedores, saúde financeira embasando relacionamentos duradouros e oportunidade de crescimento pessoal e conjugal.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

CASAMENTO E PODER

O casamento é uma sociedade de troca, com regras não muito bem definidas, pois a subjetividade de cada um, e a forma de conexão que as pessoas envolvidas estabelecem com outro é o que vai dar a base para construir esta nova sociedade com objetivos comuns.
Os casamentos onde as pessoas têm pouca maturidade para passar do Eu para o Nosso, vivem em disputa de poder para fazer o que é melhor somente para um dos envolvidos, diante desta forma de pensar, gera – se conflitos que muitas vezes parecem intermináveis e ao invés de ser uma relação de troca que possibilita o crescimento e a satisfação de estar nesta sociedade, abre a possibilidade da invasão de terceiros, criando novas alianças com pais, filhos, amigos ou um novo relacionamento onde parece que seria mais feliz.
A rigidez que existe em muitas relações a exemplo o homem decide ou a mulher decide, deixando claro que o poder esta nas mãos de um apenas, proporciona relações cristalizadas com crescimento medíocre e infeliz. O fato de não poder participar dando sugestões para os problemas que a vida traz para o casal faz a pessoa sentir-se inútil, menos inteligente e não pertencente, e a pessoa que tem o poder de decisões, sente o peso de responsabiliza-se por erros e acertos tendo satisfações e frustrações que necessitam dar conta sozinho. Por outro lado pessoas que viveram em famílias competitivas ou abusadoras podem vir para o casamento com este mesmo espírito de que um ganha e o outro perde, e com isso busca impor suas idéias por achar que o outro tem a intenção de se aproveitar de suas fraquezas, que é inerente a todo ser humano, somos fortes em algumas coisas e fracos em outras. Quando não há a aceitação cria – se uma disputa de poder em todas as coisas que os dois poderão vir viver, cada um quer ganhar seja em coisas importantes ou banais, sem ter a consciência que nesta disputa os dois estão perdendo.
Um caminho para este crescimento é conectar-se com a pessoa amada tendo um diálogo aberto e uma escuta atenta, para construir um casamento sólido em um terreno fértil para que o amor cresça e traga bons frutos para a história dos dois.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

Última modificação em Segunda, 10 Fevereiro 2014 15:14

SISTEMAS FAMILIARES E SISTEMAS EMPRESARIAIS: UM PARALELO INTERESSANTE!!!!

Muitas vezes quando falamos em empresas familiares, parece que estamos falando de empresas de fundo de quintal, com pouca importância no cenário econômico, porém, de acordo com as pesquisas, as empresas familiares representam 70% da economia do País. Portanto, vale a pena refletir e buscar um entendimento de como funciona este sistema, quais os viéses que podem atrapalhar o crescimento, bem como o que se pode fazer para lidar com os conflitos e as dificuldades de fazer as sucessões necessárias com o passar do tempo. Deste modo, torna-se possível ter como base a visão sistêmica de mundo e de homem, para tentar entender as origens dos conflitos e o manejo para que o processo aconteça quando necessário. Por esta razão, se faz necessário entender como a visão sistêmica compreende o homem, seus vínculos e interdependências.
A visão sistêmica consiste na habilidade em compreender os sistemas, as interligacões e interdependências que compõem o todo, visto que o homem está conectado com outros homens, seja no sistema familiar ou social. Com isso queremos dizer que todos nós somos co-dependentes, para vir a ser filhos, pais ou profissionais e também co-responsáveis. Dentro desta visão, entendemos que todas as coisas estão interligadas e tudo o que cada um fizer ao sistema, está fazendo tambám a si mesmo. O primeiro sistema em que a pessoa está inserida desde que nasce é o sistema familiar, depois o escolar e o profissional. O que ela vive no sistema familiar vai repetir nos outros sistemas que fizer parte. Em cada grupo a pessoa possui um papel e uma função, assim, de acordo com sua orientação e compreensão de seu papel e função será o resultado no estar no mundo.

Para que uma família ou empresa seja funcional, se faz necessário que cada componente pertencente ao sistema desempenhe seu papel, dando o melhor de si e compreendendo as herarquias, os papeis e funções de todos os componentes, respeitando as diferentes formas de ver e agir. Em uma família os pais fazem parte do sistema decisório, por esta razão, são os pais que ao analizarem as ideias dos membros pertencentes a família devem tomar a decisão do que deve ser feito, segundo os valores, as normas e as regras deste sistema. Os pais também possuem a incumbência de passar os valores que embasam esta família, sendo estes valores o alicerce deste grupo. Assim, é essencial conhecer cada filho, entender os sonhos, os desejos e os projetos de cada um para orientar, incentivar ou alertar sobre o que cada atitude pode trazer como resultado para o todo e, consequentemente, para si mesmo. É preciso compreender que ser pai demanda compromisso, dever para toda a vida, pois mesmo um filho não sendo o que sonhamos continuará sendo nosso filho e, consequentemente, nossa responsabilidade. Portanto, é papel dos pais dar base para que o potencial se desenvolva, tendo atitude de orientação, compreensão e amor, mas também de cobrança do que se espera dele naquela idade. Com esta atitude os pais estão dando base para o crescimento de filhos, como de profissionais responsáveis que venham a integrar empresas. O papel da direção de uma empresa é semelhante ao dos pais, ou seja, de compreensão, orienteção e cobrança.

Nas empresas familiares os papeis e funções não podem ser confundidos com os papeis dentro da família. Os cargos nas empresas devem ser ocupados de acordo com o preparo técnico que cada um possui; por esta razão quando os papeis se confundem e os afetos não são amadurecidos, ocorrem conflitos que dificultam a sucessão familiar.
Os pais que possuem uma empresa e dedicam um tempo acompanhando o crescimento dos filhos sendo imparcial, conseguem com mais facilidade direcionar o talento dos mesmos, estabelecendo o perfil mais adequado para cada cargo dentro da empresa. Além disso, podem orientá-los na busca de formação, que venha a contribuir para o sistema, bem como, entender se os filhos possuem outros sonhos e desejos, permitir que alcem voos em outras direções e neste caso busque outros profissionais para ocupar os cargos existentes na Empresa. Se os filhos são criados com espirito competitivo, dentro da empresa cria-se uma situação de conflitos permanentes, pois não existe profissão de filho do dono. Quando o sistema familiar não é funcional o sistema empresarial também não será. Portanto, se sua empresa for familiar é importante compreender a funcionalidade do seu sistema familiar para que possa ter sucesso empresarial e uma sucessão tranquila.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

O JOGO DA VIDA

Viver nem sempre é fácil ou tranquilo. A vida, como em um jogo, apresenta etapas a serem vencidas, com acontecimentos por vezes simples e em outros momentos, mais complexos. Atitudes necessitam ser tomadas para que as etapas sejam ultrapassadas. Essas atitudes são embasadas nas competências adquiridas ao longo caminhada. Então basta dar um “start”, e a imaginação com a tecnologia permitirão brincar no jogo da vida.
Ao começar um jogo o jogador tem poucas competências e por esta razão as primeiras etapas são mais simples, “mais fáceis”. Inicia o jogo tentando compreendê-lo, buscando seu objetivo por tentativa e erro, para então, ao entendê-lo e desenvolvidas as competências necessárias, passar de fase. Quando consegue, fica feliz pela etapa vencida e segue em frente desafiando a si mesmo, sabendo que a próxima etapa será mais “difícil” e não desiste. Confiante pelas competências adquiridas e o desejo de vencer vai adiante recorrendo às aprendizagens anteriores, enfrentando as novas tarefas, que muitas vezes continuam sendo tomadas por tentativas e erros até que novos aprendizados levem a novas competências.
No Jogo da Vida é importante entender que jogo se está jogando e ter a consciência de onde se está e para onde se vai, enfrentando os desafios inerentes ao ciclo vital. Na tenra idade se tem muitos desafios desde ficar em pé, locomover-se, falar, mas se está protegido e com amparo de adultos, que supostamente nutrem afetos positivos e incentivam o seu passar de fase liberando para a fase seguinte. Vencida esta etapa inicial, vem a fase da socialização com o ingresso na escola. Nesta etapa novos desafios em grupos com pouco mais de complexidade. Aqui se faz necessário desenvolver a competência de compreender que existe outras pessoas bem diferente, com costumes e valores distintos dos seus, com atitudes variadas, agressivas ou carinhosas, amigos ou inimigos. Novas competências são necessárias, pois o jogo continua e sobreviver é preciso. Depois surge a necessidade da escolha profissional, escolha amorosa, separação dos pais para que ocorra a própria construção do ser e o jogo fica ainda mais complexo. Surgem novas ideologias que entram em choque com as que viveu em casa. É necessário desenvolver o senso crítico, tomar atitudes, a tensão aumenta, os caminhos são muitos, e as dúvidas angustiam. Por onde seguir? Busca-se informações e se arrisca ou fecha-se naquilo que melhor convém, com menos riscos? Isso vai depender de quanto o jogador é curioso ou competitivo, ou de querer se destacar ou deixar a vida levar. No entanto, não dá para parar no meio do jogo e a próxima fase traz novos desafios: vida profissional, casamento, filhos, vida econômica, etc., novas competências são exigidas e aprender o jogo é emocionante, mas também cansativo, tenso e mais do que difícil, é muito complexo. Sobretudo, o objetivo do jogo é ultrapassar todas as etapas e saber que no meio do caminho existirão obstáculos, “monstros”, “fantasmas”, “chefões” que necessitam ser decifrados e vencidos.
Como cada um tem a sua grandeza de mundo interno e a complexidade do seu existir, frequentemente necessita de momentos de parada para examinar o jogo, descobrir e escolher melhor as ferramentas e truques que pode utilizar. Assim sendo, os psicólogos possuem a bonita função de estar ao lado de tantas pessoas que buscam compreender e aceitar o desafio de seguir adiante, superando cada fase até encontrar a alegria de jogar desenvolvendo as competências necessárias, curtindo o “Jogo da Vida”!

NOEMI CAPPELLESSO FINKLER – Psicóloga – CRP – 08/03539
ELISA MARA RIBEIRO DA SILVA – Psicóloga – CRP – 08/03543

A GERAÇÃO SEM METHIOLATE

QUANDO A DOR NECESSÁRIA É IMPEDIDA, A FRAGILIDADE SE INSTALA
O tema que trazemos hoje para reflexão, prezado leitor, surgiu num dia de trabalho em uma empresa. Falávamos das dificuldades, na atualidade, das pessoas enfrentar o desconforto e exigências do mundo. Percebe-se que quando o esperado, no mundo pessoal ou do trabalho, não acontece, muitos se desestruturam, isto porque o tropeço não é visto como parte do processo de crescimento. Nos dias atuais é comum a busca de alívio imediato com o entendimento de que “a dor vai passar quando o remédio for aplicado”. Porém, mais do que livrar-se da dor é importante entendê-la, ela tem um significado no processo de amadurecimento, não a sentir é deixar de vivenciar o aprendizado.

Naquele dia de trabalho foi relembrado o “Merthiolate”. Que há gerações atrás, quando as crianças se machucavam, ralavam a pele, usava-se o “Merthiolate” sobre o ferimento, e ardia, como ardia… Na época, os pais colocavam o medicamento e sopravam para diminuir os efeitos ruins. As crianças as vezes fugiam ou choravam, pois sabiam que a dor do remédio era maior que a do próprio ferimento. Já os pais sabiam qual era o objetivo, sarar, e para isso teriam que deixar seus filhos passarem por aquela dor, talvez até maior. Pois bem, a indústria farmacêutica inventou uma medicação sem o efeito da ardência. De maneira metafórica, olhamos as atitudes dos pais na atualidade que impedem a ardência da vida de seus filhos, deixando tudo muito fácil e sem dor. Eles não percebem, no entanto, que desta forma também impedem seus filhos de lidar com coisas desagradáveis, uma vez que isto requer suportar o que muitas vezes não vem tão docemente quanto gostariam. Então que filhos estão criando para o mundo? Como estão preparando as gerações futuras para enfrentar crises econômicas, pressões no trabalho, problemas familiares, perdas físicas e emocionais? Sabemos que há “remédio” para qualquer dor, entretanto as vezes demora, ou não traz a resposta desejada. O “remédio” pode ser a análise do problema, a busca de outras possibilidades, uma dor momentânea para um equilíbrio posterior. E ainda, há momentos que precisamos contar com o auxílio de pessoas que nos são caras para que, como aqueles pais, soprem sobre nosso machucado diminuindo a ardência para encontrarmos um outro jeito de encarar o que aconteceu.
Receber a dor, o desconforto, o problema como uma oportunidade de fortalecer-se é necessário, visto que tornar-se forte para enfrentar as adversidades requer um aprendizado constante. Para que se aprenda encarar os problemas organizacionais, analisar, encontrar soluções, promovendo o crescimento, pode-se buscar o auxílio de algum membro da equipe de trabalho o qual se confia para pensar junto. No entanto, quando a dor vem de conteúdos emocionais de sua vida, o “sopro” precisa ser mais especializado, para que não “contamine” e traga outras dores. O Psicólogo clínico, com seus métodos e técnicas, administra o “Merthiolate”, bem como o sopro para que doa menos. Enxergar a si mesmo faz doer, mas também permite que a pessoa se fortaleça para os novos arranhões da vida, até porque não há como não nos machucarmos eventualmente.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler Noemi
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

PSICOLOGIA É COM PSICÓLOGO!

Em nosso mundo atual, onde a tecnologia é um fato, as mudanças são constantes, o mundo globalizado nos informa sobre tudo que acontece e o tempo parece escasso, as mudanças são constantes e tudo parece ser efêmero. As pessoas têm dificuldades de sentir ou de se frustrar tentando demasiadamente encontrar algo que lhes alivie a dor e/ou as angustias que tanto as aflige. Não que devemos buscar a dor, mas devemos sim entender que ela é uma manifestação de algo que precisa ser visto, entendido e redefinido. Mas como o tempo urge e as relações se tornaram superficiais a busca é de algo mágico e imediato: “um remédio instantâneo”. Com isso surgem pessoas que apresentam técnicas e intervenções que visam minimizar a dor emocional e ou reestabelecer o equilíbrio nas relações sejam elas emocionais ou familiares, com a mesma superficialidade e efemeridade do mundo que se apresenta. Estas técnicas e intervenções apesar de estarem muitas vezes presentes em abordagens psicológicas, não fazem parte do arsenal terapêutico do psicólogo. Muitos não entendem o porquê, ou ainda acreditam que os psicólogos estão perdendo espaço ou a oportunidade de usar estas técnicas. Neste dia 27 de agosto a profissão de psicólogo comemora 55 anos no Brasil, e aproveitamos esta data para explanar acerca de nossa profissão, esclarecendo o que fazemos e porque não usamos tais intervenções.

A psicologia surge como ciência no século XIX a partir de sua desvinculação da filosofia. A partir de seu reconhecimento no meio científico vem evoluindo e se construindo até os dias atuais. No Brasil, a Psicologia foi instituída pela Lei N° 4.119, em 27 de agosto de 1962 e após o reconhecimento da profissão o Decreto nº 53. 464, de 21 de janeiro de 1964, passou a regulamentar e disciplinar o funcionamento dos cursos de psicologia no país. Sabemos que não é somente por leis que se expande e desenvolve uma profissão, se não por força, luta e esforços de profissionais atuantes. Hoje muitos são os cursos distribuídos em nosso estado e em todo país formando profissionais de grande valor.
Portanto, a Psicologia é uma ciência reconhecida e estruturada que estuda e analisa os processos intrapessoais (do ser humano consigo mesmo) e interpessoais (do ser humano com os demais), possibilitando a compreensão do comportamento humano individual e de grupo, por meio de instituições de diversas naturezas. Contudo, por se tratar de um conhecimento que está ligado ao estudo do próprio ser humano, o que se percebe é o grande interesse que envolve as pessoas de modo geral. Entendemos que o acesso à informação disseminou diversas áreas de conhecimento do comportamento humano, no entanto é o Psicólogo que está eticamente comprometido com sua profissão, bem como com a aplicação dos conhecimentos e instrumentos desta. E é esse comprometimento ético que impede o psicólogo de expor seu paciente e suas dores, não permitindo que pessoas sem a qualificação adequada possa dizer de forma tão taxativa as causas e os culpados de suas angústias, mesmo porque não há de se falar de causalidades, mas sim da complexidade do ser e de suas relações. Os profissionais da Psicologia têm o compromisso de zelar por sua profissão e pelo respeito ao ser humano, bem como o dever ético e moral de se posicionar neste contexto tão conturbado da sociedade atual.
Diante do exposto, é importante que o psicólogo diga quem ele é, o que faz, e como faz, para poder continuar contribuindo para minimizar o sofrimento humano. Somos profissionais da ciência, buscamos o bem-estar do ser humano e da sociedade, por meio de técnicas e procedimentos reconhecidos pela ciência psicológica, zelando pela ética e pela profissão de psicólogo. Assim, podemos dizer que de acordo com o ditado popular: “de médico e louco, todos nós temos um pouco”, mas hoje em dia podemos acrescentar a este que “de psicólogo, médico e louco, todos nós temos um pouco!” Porém, quando se trata de atuação profissional da PSICOLOGIA, SOMENTE O PSICÓLOGO ESTÁ APTO para fazê-lo.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler Noemi
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

MISSÃO DE VIDA EXIGE SACRIFÍCIOS. – INTERCÂMBIO DE JOVENS ROTARY

Vamos começar nosso texto com um pensamento de Nietzsche, influente filósofo alemão do século XIX, pois nos dá a dimensão de um momento necessário para o encontro da missão e de si mesmo: “Daquilo que sabes conhecer e medir, é preciso que te despeças, pelo menos por um tempo. Somente depois de teres deixado a cidade, verás a que altura suas torres se elevam acima das casas”.

Nesses meses que antecede a troca de jovens no intercâmbio de Rotary, onde jovens de 15 a 17 anos, se preparam para partir e outros retornar do ano vivido em outros países, muitas emoções estão sendo vividas pelos jovens, amigos e familiares.
Os que voltam e que por um tempo se despediram do que julgavam conhecer, vivem um misto de saudades de sua casa e de seu país de origem, saudades esta que só sente quem esteve por um tempo significativo fora de sua terra. E desejo de ficar no país que lhe acolheu e passa a ser sua segunda pátria, pois esta ficará dentro de si para sempre, e os amigos que lá fez, de todas as partes do mundo, serão amigos que poderá contar para a missão de buscar a Paz Mundial, objetivo maior do Rotary e do intercâmbio.
Os que partem, vivem sentimentos contraditórios, de misto de certeza e incerteza, de medo e desejo de ir, surpresa e insegurança do que irão encontrar. Como será a experiência de viver com uma família que nunca viu, com irmãos e pais que irá conhecer a partir do momento que lá chegar? As emoções vividas pelos intercambistas, amigos e familiares brotam todos os dias e viver esse momento faz parte do crescimento e da missão neste mundo.
As relações afetivas se iniciam quando os familiares recebem o “Application“ com as informações do jovem. As famílias começam a se conhecer e criar dentro de si a expectativa de como será este novo filho. Quais seus interesses? Como lidar com as emoções de estar longe? E o relacionamento vai se construindo dia a dia, como uma rede de pessoas se emaranhando e aprendendo umas com as outras, com seus costumes, línguas e valores, pois quem envia um filho para uma nação recebe um de outra e assim a mesma experiência que seu filho está vivendo, a família vive com o filho que recebe. Como é rica a experiência que este programa de Rotary proporciona. Como é nobre a missão desses jovens pelo mundo. Como é intenso o que viverão dentro de si: uma revolução que jamais aconteceria estando somente na casa de seus pais.
Embaixadores pela PAZ, nossa admiração e nossa esperança de estarem contribuindo para um mundo melhor, com compreensão e Paz entre os povos. Queremos lhes homenagear parafraseando o que sonhava John Lennon: “Imagine não existir países, não é difícil imaginar. Nenhum motivo para matar ou morrer, e nenhuma religião também. Imagine os povos vivendo a vida em Paz. Você pode dizer que sou um sonhador, mas não sou o único. Tenho a esperança de que um dia você se junte a nós e o mundo será como um só”.
A missão de vida exige sacrifícios, mas que possamos imaginá-la sem nos sacrificarmos e assim conseguir um mundo melhor e não pararmos de sonhar!

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler Noemi
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

EM NOME DO AMOR.

No dia 12 de Junho se comemora no Brasil o Dia dos Namorados. É um dia que se celebra o amor dos enamorados e atualmente tem-se o hábito de presentear a pessoa amada ou fazer uma programação especial. Mas será que sempre foi assim? A escritora Mary Del Priore em seu livro “História do Amor no Brasil”, faz um resgate traçando um perfil dos amores, desde que o Brasil era colônia de Portugal, até os dias de hoje. Pergunta-se então: o que é o amor? Sentimento imutável ao longo da história ou manifestações vinculada ao seu tempo? As pessoas namoram e se beijam hoje da mesma forma que faziam durante o período colonial? O que é permitido e aceito nos relacionamentos em nome do amor?

Parece que o conceito de amor e a forma de relacionamento amoroso se modifica através dos tempos, e isso acontece de acordo com a transformação social e o papel esperado de homem, de mulher e da relação de poder que se estabelece. O vínculo amoroso que antes existia entre os amantes e se mantinha ao longo do tempo estruturava-se pelo poder do mais forte sobre o mais fraco. Este criava uma forte dependência econômica a qual embasava a estrutura familiar, com consequente impossibilidade de rompimento, logo nem sempre o amor estava em primeiro plano. A ideia de que quando as pessoas se unem viram uma só, vivenciada historicamente desde o Brasil Colônia, compreende a ideia que o casamento deve ser realizado por pessoas da mesma classe social, da mesma cultura, com os mesmos valores e costumes. Com isso a escolha do cônjuge era uma escolha que ia além do indivíduo, envolvia as famílias. Com o passar dos tempos, a inserção das mulheres no mundo do trabalho, na participação política e social do país faz com que ambos passem a se comprometer com relação e traz um novo vivenciar o amor e conceitos surgem no lugar do “para sempre“.
Com as mudanças sociais e cultural, o que se vê é a busca da individualidade, e assim, juntos ou separados as pessoas querem continuar inteiras. Hoje é respeitada a escolha dos enamorados, e os relacionamentos passam a acontecer com pessoas muito diferentes entre si. Não dá para negar isso aumentou a complexidade do relacionamento. E ainda, cada um dos envolvidos almeja sua própria satisfação no relacionamento e pela efemeridade do mundo atual, esta satisfação deve ser imediata. Diante disso, muitas vezes o relacionamento nem chega a se efetivar em virtude da idealização do outro e consequente incapacidade de enfrentar a frustração da desidealização pela realidade, além da dificuldade de ultrapassar os frágeis momentos do convívio cotidiano fazendo com que se desista do investimento necessário e se persiga um novo relacionamento idealizado.
A busca do amor tem sido uma busca frenética de satisfação total e desilusões constantes, separações e recasamentos, que em nossos consultórios se apresentam com a fala: “se eu tivesse buscado ajuda profissional no primeiro relacionamento, não estaria tentando e tentando encontrar alguém para conviver e ser feliz”.
Neste mês que se comemora o Dia dos Namorados, desafiamos cada um a tentar, em nome do amor, olhar para aquele que está a seu lado como alguém que tem qualidades, defeitos e fragilidades. E para o relacionamento, como um universo a ser explorado juntos com mudanças que acontecerão em cada um, e ainda, entender que esta pessoa tão diferente veio ajudar em seu crescimento. Ame a pessoa do jeito que ela é, e se for preciso entender porque estão juntos, busque ajuda de um profissional que possa lhe mostrar o amor que permite crescimento e respeito, pois se mesmo assim decidirem um outro caminho é porque até então cumpriram a missão um com o outro.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler Noemi
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543