A INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA NOS RELACIONAMENTOS AMOROSOS.

O mundo mudou! A tecnologia atuando no mundo das relações é fato. Entretanto, é inegável que com o desenvolvimento das tecnologias e as facilidades nos contatos e relacionamentos virtuais a vida ficou mais exposta e a privacidade menos segura. Com isso também cresce a ansiedade e a desconfiança, e diminui o diálogo entre as pessoas. O fato de se poder acessar por meio do celular, a qualquer instante, as redes sociais e os conteúdos postados, criou-se a ilusão de tudo saber, de se conhecer a verdade absoluta sobre o que acontece na vida e em seu próprio relacionamento.
Com essa nova realidade, entendemos que da mesma forma que tecnologia traz facilidades que aproxima quem esta distante, também pode afastar os que estão próximos e diminuir a frequência e qualidade da comunicação. Este fato dificulta o diálogo podendo levar a um distanciamento, e com isso contribuir para dificuldades de interação e consequente separação. No consultório nos deparamos com conflitos vinculados aos aparelhos pessoais de mídia, principalmente o celular. Os contatos e recados lidos no celular do outro levam a interpretações distorcidas. Um tenta interpretar o significado do recado que o outro recebe de colegas de trabalho ou de pessoas que fazem parte tão somente do universo de quem recebe a mensagem, a partir de uma percepção unilateral sem ter total conhecimento do que significa no contexto de quem a recebeu. Há também pessoas que se permitem viver outros relacionamentos e ser infiel, utilizando-se dessas facilidades para trocar mensagem, criar um jogo de sedução sexual virtual, ou até passar a encontros pessoais. Assim sendo, a tecnologia que está disponível para facilitar a vida das pessoas, passa ser motivo de discórdia, geradora de fantasias, insegurança e falta de confiança. E a comunicação que deveria ser a base para a resolução de problemas ou de entendimento do que se passa no relacionamento a dois, passa a ser baseada em cobranças, por meio de brigas e desentendimentos, onde a invasão da privacidade impede o diálogo, pois ambos estão tomados de raiva e magoa, e consequente dificuldade em ouvir atentamente o outro para assim poder clarear o verdadeiro motivo do relacionamento estar tão conflituoso. Embora a troca de mensagens se apresente como uma forma mais fácil e rápida de interação do que a fala olho no olho, acaba sendo a de maior dificuldade de compreensão, pois se fundamenta na interpretação embasada nas crenças e visão de mundo de cada um. Já no olho no olho toma-se mais cuidado com o uso de palavras e permite outras mensagens expressas pelo não dito, além da palavra que por si só não dá conta da subjetividade e dos sentimentos contidos na comunicação. Em nossa realidade profissional, necessitamos às vezes de muitas sessões de terapias de casal para que um se disponha a ouvir o outro de forma empática, disposto a compreender a partir da realidade do outro, abertos ao diálogo, ao cuidado e a generosidade.
Portanto, não existe uma regra para o que deve ou não ser feito com o uso da tecnologia para aproximar pessoas, facilitar suas vidas, ou resolver os desentendimentos nas relações, visto que não é o computador nem o celular o responsável pelas facilidades ou dificuldades nos relacionamentos, e sim a maneira com que cada um se dispõe a estar com o outro. E principalmente, em que pilares cada um constrói a ponte que o liga ao outro, se na confiança, fidelidade, amor, ou em seus contrário. Contudo, quando a pessoa se depara com suas inseguranças e/ou a vida a dois corre risco ou está abalada, sempre é possível buscar terapia como ajuda para o entendimento de si mesma, da relação e do outro, por meio do amor e respeito, para que a tecnologia possa ser um auxílio e não uma ameaça para seu relacionamento ou sua integridade.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler Noemi
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

SEU TIME ESTÁ PREPARADO PARA MOMENTOS DE CRISE?

Seu time está preparado para jogar em momentos de crise ou só consegue atingir resultado positivo quando o tempo e o campo são favoráveis? Nestes momentos os gestores se perguntam se escalaram adequadamente seus jogadores e se desenvolveram o time de forma adequada no momento em que a crise econômica se anunciara. Além disso, devem cuidar de seus colaboradores para que o clima psicológico criado pelo bombardeio de notícias a respeito dos acontecimentos não leve a Empresa para a segunda divisão.
A crise econômica aliada à crise política hoje é uma realidade em diversos setores da sociedade e, dependendo das estruturas emocionais, também acaba sendo uma crise psicológica. Este contexto pode levar as pessoas muitas vezes a ter um comportamento exagerado de fechamento, quando deveriam ter atitudes de reflexão e cautela. Muitas Empresas ao ouvir o anúncio de novos tempos reúnem seus colaboradores e ampliam sua visão analisando quais novas oportunidades o movimento de mercado traz. Logo, observando o perfil, criam novas escalas e mudam até mesmo talentos de posição reestruturando sua equipe para atitudes vencedoras. Porém, outras, diante do anunciado, demitem colaboradores e em uma atitude de medo e pessimismo, ou falta de planejamento, se encolhem e chegam a fechar suas portas por não saber o que fazer diante do que se apresenta, perdendo o caminho percorrido até então. Seja qual for sua situação, neste momento é importante manter a união e motivação de seu time para juntos buscar soluções para o problema que ora se apresenta.
Existem muitos talentos mal aproveitados nas Empresas por não serem ouvidos em virtude do pessimismo que se instala em situações adversas ou por falta de um programa de desenvolvimento adequado. E também, as Empresas investem pouquíssimo tempo e dinheiro para desenvolver seus talentos e com isso entregam produtos e serviços medíocres a seus clientes. Para que um time tenha bons resultados é importante desenvolver continuamente a equipe porque somente assim terá recursos internos para criar estratégias diferentes de enfrentamento em distintas situações, pois é disso que é feita a vida, superação de crises, e é disso que deveriam ser feitas as Empresas, já que a crise passa e a Empresa fica.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

SOGRA: SEGUNDA MÃE OU COBRA?

O relacionamento da sogra com a nora é um tema que tem sido debatido em todos os tempos, revelando um conflito que muitas vezes atrapalha o crescimento do casal e por vez até precipita separações. Mas também existem casos em que a sogra consegue ser uma coadjuvante na construção da nova família favorecendo o crescimento. Qual o seu caso?
Vamos tentar entender um pouco a base psicológica deste relacionamento que gera tantos conflitos. Os casamentos acontecem com pessoas que vem de culturas e costumes diferentes e as mulheres em muitas culturas são vistas como “guardiãs da família”, fato este que está na base dos conflitos. Em alguns casos a interferência excessiva dos sogros pode levar a problemas sérios capaz de transformar a convivência em um verdadeiro inferno. Para aproveitar as diferenças existentes, que cada um traz para o novo núcleo familiar que se forma, se faz necessário esforço por parte de todos envolvidos. Esforço esse para que se possa compreender o jeito diferente de cada um ser e assim ajustar-se para então evoluir com o outro a partir destas distintas visões de mundo. A mãe que tem uma forte relação de dependência com o filho, tanto emocional como financeira, vê o casamento do mesmo como uma separação. Com esta percepção não consegue receber a nora como uma filha, pois em seu entender ela o está “roubando”, o afastando por meio de novos costumes. Este sentimento a leva ter repulsa, ciúmes, críticas, muitas vezes inconscientes, que a faz interferir e impedir a evolução do casamento de seu filho. O desejo é que seu filho esteja bem, porém não consegue entender que possa estar bem de um jeito diferente que imagina ser o melhor para ele. Assim, espera que ele volte para perto dela e passe a viver sob a sua influência, como se seu costume fosse o único a lhe dar segurança e bem estar. Por outro lado, também temos os sogros que recebem com alegria a nora ou genro e entendem que podem amar aquele que ama seu filho ou filha e com isso, mesmo sendo diferente, vê nele ou nela a possibilidade de viver coisas novas e respeitar as escolhas dos dois na busca de viver harmoniosamente. Respeitam a liberdade de escolha e não lhe dizem o que fazer, pois partem do pressuposto que se tomaram a decisão de casar possuem maturidade para construir sua própria história.
Portanto, se ambos, casal e sogros, ou pelo menos uma das partes, tiverem maturidade emocional poderão compreender-se mutuamente e ter consciência que não se faz necessário a disputa, já que cada um tem seus valores, jeito de compreender a vida, e principalmente que exerce papel distinto no sistema familiar e é por ser diferente que enriquece o viver de todos. Assim sendo, se o casal não for a casa dos sogros todos os domingos não é porque não os amam, mas sim porque querem aprender nesta nova vida, do seu jeito, com seus próprios programas, e ao visitá-los o farão quando sentir saudades, vontade de viver horas agradáveis juntos, compartilhando seus novos aprendizados. Logo, para um viver em harmonia, exercendo o papel de pais e filhos, basta cada um dar ao outro a liberdade de ser o que é.
Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

PSICÓLOGAS, QUE MÃES SÃO ESTAS?

Em agosto comemora-se o dia do psicólogo. Uma profissão admirável, mas que pode instigar o imaginário de alguns, afinal, como será a vida pessoal desses profissionais? Após ficar o dia inteiro ajudando as pessoas a lidar com as suas aflições e problemas, como é voltar para casa e cuidar de suas preocupações? Por esse motivo, o artigo desse mês vai ser um pouco diferente: nós, Louise (filha da psicóloga Elisa Mara) e Vitória (filha da psicóloga Noemi) vamos tentar responder a pergunta “como é ser filha de psicóloga?”.
Para mim, Vitória, ser filha de psicólogo não é uma tarefa fácil. Tudo que você faz parece que está sendo analisado em seus pequenos detalhes. Parece que um erro seu pode lhe diagnosticar com uma doença terrível, o que depois de você aprender a lidar, descobre que é invenção da sua cabeça. Mas também têm suas vantagens, a primeira delas é poder fazer de sua mãe sua melhor amiga, poder contar segredos e saber que está bem guardado, afinal ela guarda vários, mais alguns não vão fazer diferença. Ter uma mãe psicóloga é saber que mesmo sempre ouvindo tantas pessoas, sobre a vida delas e suas reclamações, ainda sim estará disposta a lhe ouvir e aconselhar. Nunca a ouvi falar: “Filha, pode parar um pouco de falar? Ouvi muita gente hoje”. E ela tem os melhores conselhos do mundo! Parece que é só pedir algo a ela que como se uma luz brilhasse em sua cabeça, surge a solução, e se a solução não vier logo, irá correr atrás para me ajudar com esse problema.
Eu, Louise, sempre fui questionada de como é ter uma mãe psicóloga. Minha resposta sempre foi a mesma: “nunca tive outra mãe para saber como é não ser filha de uma psicóloga”. Diz o ditado que em casa de ferreiro, espeto é de pau. E em casa de psicóloga? Os filhos são loucos de pedra? Sinceramente, embora eu seja suspeita para avaliar, não acredito nesse extremo e nem no outro, de que família de psicólogo é perfeita. Uma mãe é sempre uma mãe, independentemente da profissão. Ter uma mãe psicóloga, não deixa nossa família imune de problemas, discussões, gafes no Facebook e Whatsapp (toda mãe faz isso). Mas assim como a Vitória, consigo ver os aspectos positivos dessa relação. Sei que ela sempre tentará me entender e estará mais do que disposta a me ouvir (não, elas nunca se cansam de escutar).
É complexo responder a pergunta “como é ser filha de psicóloga?”, pois não existe uma forma de respondê-la completamente, mas com certeza podemos agradecer por ter uma mãe psicóloga e também parabenizar a todos os psicólogos pelo seu dia!

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

CADÊ O ENGRAXATE?

Até o final do século passado ainda muito se falava e utilizava os serviços do engraxate. Os jovens de hoje talvez nem saibam que profissão é essa. Mas muitos devem saber (senão todos) o que é um personal style, coisa que nossos pais e avós possam não ter a mínima ideia do que se trata.
O mundo mudou isto é fato. As mudanças exigem novas formas de se viver e agir. O que mais exige mudanças são os momentos de crise. As crises possibilitam e fazem com que cada um tenha que se renovar, reinventar. Hoje estamos passando por mais uma crise econômica (isso sem citar a crise política e social) e esta, como as demais, interfere nas relações de trabalho. Como e o que decidir em momentos de crise? Esta sem dúvida é a questão que mais causa insegurança, receio na hora de contratar e investir tanto em pessoas, quanto em serviços ou produtos. Porém, muitos também sabem que este é um momento de grandes oportunidades. Vejam bem: momentos de grandes oportunidades e não de tirar vantagem. O preço de se tirar vantagem de algo ou alguém traz sempre consequências imprevisíveis. No entanto, saber aproveitar o momento para, com riscos calculáveis, se dispor a inovar, eis uma grande alternativa. O verdadeiro empreendedor é aquele que encontra possibilidades em momentos e situações em que muitos só enxergam obstáculos. Estes existem sim, mas ultrapassá-los de forma consciente e ética é que direciona ao sucesso.
Mudar faz parte da vida. Deixar-se de ser o que se é para ser o que é possível e buscar alternativas para as novas perspectivas de vida, é notável. Precisamos parar de nos queixar, reclamar e criticar para assim enxergarmos as reais possibilidades. Talvez, nunca mais utilizaremos um engraxate para brilhar nossos sapatos, mas com certeza temos hoje a possibilidade de contratar alguém que nos faz brilhar, orientando a usar o calçado certo, para a ocasião certa com o mesmo guarda-roupa.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

QUE FAMÍLIA É ESTA? O QUE SE PERDEU?

Como aprendemos um dia nas aulas de química, para Lavoisier “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”! Somos seres vivos, nos agrupamos e formamos uma sociedade também viva, que faz parte de toda a natureza. Neste nosso agruparmos criamos formas de viver e nos desenvolver: vivemos em família. É sabido que a família mudou. Durante muito tempo concebíamos família como o modelo nuclear: pai, mãe, filhos. Hoje vivemos em outros modelos além deste. Temos a família monoparental, na qual encontramos somente um genitor e seu filho. Família reconstituída que advém de recasamentos. Família homoafetiva que se constitui a partir de um casal homossexual. As famílias extensas que vão além dos muros que delimitam a família, com membros que fazem parte, mas estão associados a outras famílias, os “terceiros” na relação, de vínculos extraconjugais. Isso tudo sem falar na forma e condição desses arranjos, se são casados civilmente ou coabitam, se há casamento religioso, se os filhos são frutos de uma gestação, adoção, do recasamento ou de manipulação genética. Há uma complexidade infinda na realidade em que vivemos, independentemente do que acreditamos ser certo ou errado. Assim como nos demais aspectos da natureza, tudo se transforma, novas configurações se fazem. O que surge não é fruto de um querer de determinado grupo social, político ou religioso. E nem tanto estes grupos podem influenciar. O que existe faz parte de um processo, de um mundo em constante mudança. Ah, Heráclito e o “eterno devir que tanto incomoda nossa alma…” A química nos ensina que para uma reação acontecer naturalmente é necessário afinidade entre os elementos, colisão e principalmente ultrapassar a energia de ativação. A aceitação às mudanças é difícil. A física newtoniana apresenta a Lei da Inércia que ousadamente tomamos para ilustrar a dificuldade de mudar, a tendência em manter o que está estipulado. A psicologia fala em resistência, o tão conhecido medo do desconhecido! Como entender e aceitar então que os conceitos podem e devem mudar? Como concordar que a família que vimemos hoje não é necessariamente a que queremos e sim a que temos? As pessoas relutam a compreender e conviver, muitas vezes por sua própria insatisfação e insegurança. O que vai ser da família? A que ponto chegamos? Isto escutamos. Diante de tudo que se apresenta, de tantos medos, desconfortos, indagações e indignações podemos dizer algo simples: o problema não está nas respostas e sim nas perguntas. Não é o que vai ser da família, mas sim que família temos hoje. Não importa a que ponto chegamos, pois chegamos. Está posto! O que devemos é conhecer e entender essa caminhada. Nada está e é ao acaso. Faz parte do mundo em transformação. É resposta ao que vivemos até agora, consequência do processo natural de desenvolvimento. Sim, sabemos que é difícil entender e até mesmo para alguns aceitar. Parece uma acomodação, uma mera aceitação, falar e pensar assim. Porém, é profundo e complexo compreender que somos fruto de uma semente que há mais tempo foi lançada ao solo e que vem se transformando para hoje ainda estar se modificando, e que mesmo após estar madura, deverá ter suas sementes novamente lançada ao solo para novos frutos. Somos uma sociedade viva, com famílias formadas por seres vivos em relações constantes, que exigem novas configurações, e não se preocupem, nada se perdeu, apenas se transformou. Um dia estaremos adaptados a este novo jeito de ser, talvez até o compreenderemos, no entanto estaremos novamente indignados pelas novas mudanças!
Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler CRP 08/03539
Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva CRP 08/03543

A MENINA QUE SE FEZ MULHER -UM RITMO DE PASSAGEM.

Os rituais fazem parte da evolução da humanidade e têm uma grande importância ao demarcar ciclos vitais. A passagem de uma etapa para outra causa em cada ser um tipo próprio de revolução devido às desorganizações vivenciadas, o que é necessário para a continuidade do processo evolutivo. Estes ritos proporcionam a estabilização das emoções pela apropriação de novas tarefas e novas aprendizagens que possibilitam a reorganização e continuidade dos ciclos. Em muitas sociedades há o ritual de passagem do menino ao homem guerreiro, no entanto na nossa, não temos ritos para os meninos, e sim, para as meninas. Aqui queremos, então, trazer o ritual de passagem que acontece com as meninas aos 15 anos, em um momento de reflexão. Parafraseando a lenda da fênix: “Das cinzas da morte da menina surge a mulher”. Quantas emoções diferentes acontecem com a adolescente e com seus pais no vir a ser! Quando os pais recebem uma filha em seus braços lançam a ela um olhar carregado de emoções e cheio de esperança. Acompanham esta menina nesta trajetória, vivendo e se transformando em sua missão de pais, modificando seus conceitos e tarefas. Contudo, a maior e principal mudança é a experiência – por vezes dolorosa – de ter que abdicar dos pais que pensavam em ser, para passar a viver os pais que conseguem ser para esta filha. A filha, por sua vez, ao olhar para os pais e ler suas expectativas, também vai vivendo e se transformando. Um pouco no que os pais querem e outro, no seu querer, pela identificação tanto positiva, quanto negativa com estes. Nesta rede emaranhada de emoções e razão, ambos se modificam ao conhecer o outro e a si mesmo. Neste mundo tão intenso parece que falta tempo para tudo o que se pretende viver. A cada dia a filha tem novos aprendizados nesta evolução iluminada pelo olhar dos pais, alguns atentos, outros, nem tanto. Aqui queremos relatar o olhar dos pais atentos que vão observando e descobrindo junto com a menina o que ela aprende e como ela se entende. O que ela pensa de si, suas fragilidades que com o tempo podem se transformar em fortaleza ou permanecer fragilidades. E tudo isso faz parte da mulher que está nascendo e dos pais que também precisam se modificar. Este convívio dinâmico é regado de muitas e diversas emoções em cada etapa, em cada estação na viagem do viver. E é neste ritmo que chega a 15ª estação. Marco que separa a infância da vida adulta para a adolescente e seus pais atentos que a acompanham. É a morte da menina e o nascimento da mulher. Toda morte traz dor, mas todo nascimento irradia luz e esperança. Este antagonismo surge como descompasso. O desprendimento se faz necessário. No entanto, ainda há situações de insegurança vividas por ambos, pais e filha. Para se manter o compasso, como em uma dança é preciso estar atento aos acordes, aos sons que possibilitam o próximo passo. A confiança é imprescindível e esta foi desenvolvida ao longo dos ensaios destes curtos anos dourados. Conforme o ritmo separar-se é necessário em uma coreografia solo. Ligar-se também, em novo ritmo com outras tarefas e expectativas. Assim sendo, se vocês estão nesta estação da viagem em família, saibam que por mais que surja insegurança por este novo vir a ser de sua filha, vocês, pais e filha, estarão sempre ligados seja pelo pensamento, seja pelo coração. Pelo pensamento, nos valores que ela carregará como mulher. Pelo coração em tudo que ainda farão um pelo outro nessa relação regada pelo amor. Saibam que nem sempre estes dois estarão em sincronia. Porém, esta interação, cada atitude, sempre será iluminada por ambos, mesmo que somente mais tarde saibam. E nos próximos anos quando acreditarem que algo não está de acordo com o que foi desejado para sua filha-menina e a filha-mulher tomar para si seu lugar, entendam que faz parte deste viver e evoluir. E ainda, que a ligação permanece, como um fio invisível, com o remédio universal que é o amor, e a moeda que possibilitará obter mais remédio, a gratidão. Logo, que o rito venha para ensinar, com amor e gratidão, a missão de serem pais, abdicando da menina que se foi, respeitando a mulher que começa a se fazer presente.
Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler CRP 08/03539
Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva CRP 08/03543

DEPENDÊNCIA!!! O QUE FAZER PARA VIVER BEM ???

Ao falarmos de dependência, inicialmente sentimos a necessidade de um conceito para a compreensão de seu significado e do momento em que uma atenção especial é fundamental indicando a busca de ajuda profissional. Para essa reflexão usaremos a definição do CID 10(Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, 10ª Edição), onde encontramos a Síndrome de Dependência como sendo um conjunto de fenômenos fisiológicos, comportamentais e cognitivos, no qual o uso de uma substância ou uma classe de substâncias alcança uma importância muito maior para determinado indivíduo que outros comportamentos que antes tinham maior valor. Portanto, trata-se da troca de prioridades na qual comportamentos mais frequentes tornam-se obsoletos, e o comportamento vicioso cresce em importância devido às respostas alcançadas. A dependência define-se, portanto, como sendo a relação de uma pessoa com uma atividade que traz danos biológicos, psicológicos e/ou sociais que está fora de seu controle.
Vale ressaltar que a dependência retrata uma relação que vem desde muito cedo na vida da pessoa e está associada à interação afetiva-emocional dos pais para com os filhos. O que favorece a dependência são pais muito ansiosos que desejam atender a todas as necessidades de seus filhos impedindo que os mesmos lidem com as frustrações que surgem no decorrer de suas vidas. Todos os estágios de vida pressupõem lutas. Todo bebê, desde que nasce, chora, pois esta é a sua comunicação possível. Chora por sentir desconforto, e os pais em sua ânsia para que o bebê não chore, o atende prontamente: oferecem o peito, administram remédios ou qualquer outra ação (hoje, brinquedos eletrônicos) até que o choro, que é a fala, cesse. Isto ocorre porque de alguma forma o bebê recebeu algo gratificante que mascarou seu desconforto. Este padrão faz com a criança cresça esperando que venha do outro ou de alguma outra coisa, algo que acabe com seu mal estar. E no transcorrer da vida pode aparecer em atitudes como no uso de substâncias psicoativas, na ingestão de alimentos, na utilização desenfreada da informática ou em algum tipo de relacionamento afetivo doentio. O tentar livrar-se do desprazer de forma imediata não permite a reflexão, mesmo que este comportamento ou relação seja prejudicial. Assim, a característica central dessa síndrome é o desejo, frequentemente forte e irresistível, de consumir drogas, alimentos ou de estar com determinadas pessoas, para sentir-se aliviado, mesmo sabendo dos prejuízos futuros que isso pode lhe oferecer. Logo, a dificuldade em vivenciar o desprazer e a busca em saciar o desejo imediatamente impossibilita a ação tornando o indivíduo escravo de seu desejo sem conseguir quebrar este padrão comportamental.
A busca de tratamento não é fácil, pois como mecanismos de defesas estrutura-se a negação que não o permite ver a realidade que se apresenta, além da onipotência que o faz acreditar que está no comando e é capaz de controlar o desejo quando quiser. Estes mecanismos dificultam a tomada de consciência de sua doença, de sua dependência, de sua falta de controle da situação.
Então o que fazer? O mais importante para quem quer auxiliar o dependente é não desistir, não desanimar nas recaídas, pois estas fazem parte do processo de aprendizagem, do saber lidar com a dor e frustrações para se manter na abstinência e compreender a importância de lutar na vida para ultrapassar as adversidades e conhecer a essência do viver bem.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

CASAMENTO MADURO , SOMENTE COM MATURIDADE!

Se o casal conseguiu enfrentar todas as adversidades de cada fase que antecedeu a maturidade do casamento, certamente obteve vários ensinamentos que lhe deram maturidade e servirão neste momento de ferramentas para viver bem esta fase do “juntos para sempre” com menos conflitos, mais cumplicidades, maior troca, parceria e compreensão. Porém, como a vida continua e sempre surgirão situações novas, não significa que esta fase será somente de felicidades, e sim de maior certeza de continuidade do relacionamento, pois os dois conheceram um ao outro e agora sabem lidar, com maestria, com adversidades inerentes do casamento.
Já falamos em outros textos sobre as fases do casamento e a particularidade de cada uma delas. Aqui, nesta fase em que os cônjuges adquiriram maturidade tornando a relação também mais madura, encontramos o apego seguro, menos egoísmo, e cada um está mais preocupado em buscar o bem estar dos dois, com apoio e cuidado mútuo. Agora, transitam em uma base mais segura, com maior certeza do amor que nutrem um pelo outro, com a clareza dos projetos que unem os dois e o compromisso de se empenharem para realizar o que sonharam outrora. Viver um casamento maduro requer ainda cuidado, pois se está maduro parece que nada mais precisa ser feito e então, apodrece. A rotina, a mesmice e a falta de criatividade levam o casamento à falência em qualquer fase, inclusive nesta. Os relacionamentos necessitam ser nutridos todos os dias com reconhecimento, carinho e atenção que podem ser vivenciados e demonstrados em pequenas atitudes e dizeres, como: “estava trabalhando e lembrei de você”; “passei no mercado e lembrei que você gosta disso e lhe trouxe”; “você está muito lindo(a) hoje”; “agradeço o cuidado que tem comigo todos os dias”, etc. Com estes comentários e atitudes maduras de cuidado nos sentimos ligados ao outro e o relacionamento continua crescendo. E ainda, o diálogo neste momento passa a fluir mais facilmente e toda essa vivência proporciona ao casal o prazer de estar junto, respeitando o que o outro é, sua individualidade, aquilo que faz com que cada um seja único e possa crescer na relação a dois.
A relação conjugal em qualquer fase precisa continuar crescendo e trazendo prazer e bem estar aos dois. A maturidade advém da disposição e aprendizagem constantes. Com ela é possível entender que a felicidade dos dois acontece quando cada um se dispõe a nutrir esta relação. Respeitando e sendo respeitado em sua individualidade. Portanto, não vamos esperar o tempo para aprender como ser feliz a dois, para entender que aceitar o outro, querer o outro como ele é, demonstrando isso mesmo nas pequenas coisas, é primordial. Assim, se queremos ser “felizes para sempre”, devemos viver desde agora, com maturidade, construindo uma relação de cuidado e respeito, para um futuro promissor. Vamos tentar?

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

CASAMENTO E A CRISE DOS SETE ANOS. O QUE FAZER PARA IR EM FRENTE ?

Casamento e a crise dos sete anos, você se identifica com isso? Se o casamento sobreviveu à fase infantil, de idealização, percebeu que cada um tem sua individualidade e quer que esta seja respeitada. O que não significa desamor, então chegou à fase comparada à segunda infância.

Nesta, os dois não se bastam e necessitam conviver com outras pessoas. Surge o grupo de amigos de ambos em diferentes fases de seus casamentos, bem como a chegada dos filhos. O sistema ficou mais complexo do que o convívio a dois e o relacionamento com a família de cada um.

família

Surgem novos desafios e também novos conflitos que vão exigir do casal novas habilidades. E agora? Dá para continuar? O que se pode esperar desta fase mais complexa?

A primeira fase persiste por um determinado tempo, em torno de sete anos (ai, a crise dos sete anos), então aquele contrato conjugal que uniu agora precisa ser revisto. O motivo pelo qual um se casou com o outro já não basta para manter o relacionamento satisfatório. Não é raro ouvir as pessoas dizerem: “quando você me conheceu eu era assim, pensava assim; você mudou depois que casamos etc.”. Como se fosse possível ficar do mesmo jeito para sempre.

O fato de viver todos os dias com a mesma pessoa, que vem de uma família diferente, com valores diferentes, que confronta e aponta falhas, é condição suficiente para que cada um se modifique. Então já não são os mesmos de quando casaram, mas se existe a certeza de serem amados e desejam continuar essa viagem, devem ser enfrentadas as adversidades.

Agora o parceiro de viagem é um pouco mais conhecido. Porém, o caminho tem novos obstáculos, novas tarefas para continuarem juntos. Para seguir adiante, passarão a fazer parte de grupos amigos, trabalhos com maior exigência, cuidados com a casa e ainda, a chegada dos filhos, tudo isso traz novos papéis e exige mudanças nos relacionamentos. Não é mais só o casal. E muitas vezes, a comunicação passa a ser difícil pelas demandas e responsabilidades que a nova vida impõe.

Logo, é comum triangular com filhos e amigos. Falar um com o outro por meio deles: “o seu pai disse…; diga a sua mãe…; fulano falou tal coisa…”Isto é uma disfuncionalidade que necessita ser revista e modificada. A comunicação, o diálogo, precisa acontecer entre cônjuges, buscando um compreender o outro, a partir da visão do outro, e não como cada um pensa. Com isso não é preciso concordar, mas sim entender que: “o outro pensa e é diferente do que eu penso e sou, pois ele tem sua história, crenças, valores, e eu as minhas”. E ainda, que é importante ter-se a liberdade em se comunicar, pois se confia que é possível o entendimento.

Essas mudanças todas proporcionam conflitos e incômodos, para ambos, que ao serem superados possibilitam o crescimento de cada um e conseqüentemente, da relação.

Diante disso, é importante compreender que o relacionamento conjugal passará por várias fases, a crise dos sete anos é apenas uma delas. Vários momentos de aproximação e distanciamento. Cada uma dessas fases será diferente, com desafios, conflitos e possibilidade de crescimento.

Logo, o que importa é os dois estarem dispostos a passar por isso, sabendo que foi para isso que se propuseram a começar a viagem: para juntos seguirem em frente!

Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP. 08/03539

Visite minhas Redes Sociais:

Instagram

Facebook

YouTube

 

Leia também:

Em que base filosófica foi ancorado seu casamento?

Casamento Duradouro

Casamento e Planejamento Financeiro