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Refletindo sobre seu viver: O que observar?

Refletindo sobre seu viver: O que observar? Espetáculo ou obstáculo?

Quem acorda cedo e observa o espetáculo que a natureza proporciona, tem o privilégio de receber uma base para reflexão sobre o seu viver a partir de seu olhar no mundo das relações. Prestar atenção no que sentimos ao captar imagens da natureza e ser capturado por elasoportuniza reflexão das mais diversas possíveis, correlacionar com essas vivências emocionais que ficam registradas em nossas mentes ao longo da caminhada que a vida é. Conectar-se com este todo organizado e funcional modo de viver faz compreender quem somos neste universo diversificado. Pois, quando entendemos que somos parte e corresponsáveis por tudo o que acontece no sistema, nós influenciamos e somos influenciados. 

Um dia destes ao ir para Cascavel, vi imagens indescritíveis do Astro Rei. Tentei capta-las com meu celular, pois era tão lindo que queria compartilhar com os que não estavam naquele lugar em que eu estava. Procurei vários lugares, vários ângulos que quase me atrasei para atender, se não tivesse saído com antecedência. Mas nenhum lugar me dava a imagem da beleza do sol que meus olhos viam, tão pouco conseguia fazer as fotos que queria mostrar. De alguns lugares tinha a rede elétrica, casas, árvore na frente. O sol, na foto, parecia muito distante e as fotos não retratava o que queria captar para transmitir.  

Como o tempo que se gasta para fazer este trajeto (faço duas vezes por semana há mais de 10 anos) são de 40 minutos. Viagens reflexivas sempre acontecem. Fiz um paralelo do que muitas vezes os casais e familiares em consultório querem transmitir uns aos outros, e por mais que buscam construir a fala, não conseguem se fazer entender, necessitando da interferência do terapeuta para focar e oportunizar a visão a partir de um outro ponto, outra fala, ressignificar. Na nossa vida precisamos identificar quais são os obstáculos colocados por nós mesmos que nos impeçam de ver, de captar nossa essência ou nossas verdades, e a essência e a verdade do outro.  

Fazendo esse paralelo da natureza e do ser de relações pegando a imagem do Astro Rei, conclui-se que se ele fosse humano, se comunicasse, e visse a foto que tirei, talvez não se reconheceria. O que diria a respeito?  Dependeria do estado de espirito. Se estivesse tristediria: “Não sou assim. Sou menor, menos brilhante, não tenho tanta importância. Por que você está parando suas obrigações para me admirar? Veja, na minha frente  redes elétricas, árvores, casas. São mais importantes do que eu”. Se estivesse alegre diria: “Realmente não sou eu! Esta imagem não me representa. Sou mais brilhante, mais bonito, mais luminoso, melhor. Eu deveria estar na frente destas imagens todas”. 

Então o que impede cada um de ver e compreender o que o outro quer comunicar? Assim como a imagem do sol comunica diferentemente a partir do olhar de cada um, o ouvinte precisa prestar atenção e escutar com empatia o que o outro diz e sente a partir do próprio olhar. Muitas interferências são recebidas no contexto em que cada um viveu e recebeu.

Portanto, como somos vistos pelos outros ou como nós nos vemos depende muito do ponto que estamos observando ou sendo observados. O que cada um conhece de si, e o quanto está disposto em conhecer o outro, ora prejudica, ora favorece os relacionamentos de casal, família e social. O terapeuta pode ser comparado ao fotógrafo que se utiliza do celular para captar as imagens da natureza. As interferências, que na metáfora eram as casas e árvores, cada um tem no seu sistema, essas contribuem na compreensão da funcionalidade ou disfuncionalidade. No processo terapêutico, o profissional usa recursos atentamente para focar as imagens que aparecem no contexto, proporcionado um novo olhar sobre si mesmo e sobre os outros na relação. Desse modo, a caminhada em conjunto com o indivíduo em seu mundo de relações, o possibilita compreender a si mesmo e às suas novas fotos, novos espetáculos e novos obstáculos. Assim sendo, o processo terapêutico predispõe desenvolvimento de novas competências e recursos para uma vida mais saudável. 

 

Esse material “Refletindo sobre seu viver: O que observar? Espetáculo ou obstáculo?” é de autoria da psicóloga Noemi Cappellesso, do qual, foi divulgado e distribuído pela revista Friends Toledo.

LAÇOS QUE CONECTAM: Amor além da vida

LAÇOS QUE CONECTAM

Amor além da vida.

As experiências emocionais vividas em um período de tempo podem conectar-nos a eternidade. Há pouco, o senhor do destino nos ofereceu um momento de profunda dor e reflexão sobre a vida: Nossa amiga e Irmã Rose Brun, da nossa república TÚNEL SECRETO, de Londrina, partiulevando consigo a chave (um dos símbolos de nossa república) para abrir novas portas onde quer que vá, e deixando em nós um fio imaginário e invisível que nós conecta para sempre. Pois foste a primeira de nós partir para esta nova experiência de transformação, e com issnos transformou. 

A partir daquele momento no domingo de manhã, quando a notícia de sua partida chegou, fui tomada de vários sentimentos que me possibilitaram transitar pelas nossas histórias. Bem como entender as construções sociais e familiares de nosso existir, fiz reflexões sobre a vida embasadas nas lembranças vividas no TÚNEL SECRETOLugar onde convivemos com muitas pessoas, moradores do período integral da faculdade e outros ocasionais e mais rápido. Pelos caminhos novos que surgiram para cada um, todos deixaram marcas em nosso existire, certamente, também imprimimos marcas na história de muitos.  

No entanto, hoje, quero falar de ti, Rosee relembrar algumas histórias com muito significados em minha vida e que sou grata pela sua existência, e assim compartilhar com muitos amigos que fizeram parte neste tempo. Foste minha parceira em muitas histórias que quero contar e muitas outras que permanecerão não reveladas. Fomos companheiras na venda de flores, “floristas da noite instigando a demonstração do amor entre as pessoas”, a gente dizia. Saíamos, todaas sextas ou sábados à noite, com uma cesta de rosas que vendíamos nos bares e restaurantes com o objetivo de completar nossa renda. Mais a minha do que a sua, pois minha faculdade era integral e você trabalhava e tinha sua renda. Seu companheirismo me auxiliava nos recursos financeiros, e também compartilhava de nossas aventuras de viajar de carona por este Brasil, nossas viagens para B.H, Ouro Preto, Sabará, etc. Nossa alegria por enfrentar e vencer obstáculos, que sempre aparecem em viagens não tão programadas como eram as nossas. 

Lembrei quando nasceu o Leo, seu filho admirável, em Curitiba. Fui até lá “de carona”. depois como compartilhamos momentos quando voltou para Londrina. A vossa luta, sua e da Lola (minha amiga de longa data e também companheira de viagens de carona pelo Brasil e até uma meia frustrada pela América latina), foi e continua sendo esplêndida em minha memória. Rose, foste admirável e guerreira nesta vida e pela vida. Aceitou e se ofereceu na pesquisa de novos tratamentos para a cura do câncer. Incansáveis viagens para seus tratamentos em Curitiba. Sua sabedoria como ser humano nos dá bagagens emocionais para aceitar os desafios e sua partida neste momento. 

Sua despedidano crematório em Londrina, fez-me pensar nesta linha invisível que nos conectam para a eternidade. Quando todos nós, presentes, colocamos pétalas de rosas sobre seu corpo adormecido simbolizando o amor, talvez o mesmo amor que propagávamos em nossa história da juventude, com um ingrediente diferente que neste momento era de profunda dor pela sua partida. Fiquei com a lembrança muito presente do olhar de sua irmã e grande amiga, Lola, que ficou olhando para você demoradamente, do tempo da homenagem até você desaparecer passando para outra parte do crematório, deixando claro que só partiste do plano terreno, mas continua em nós para sempre. Entender a morte é essencial para compreender a vida. 

 

SÍNDROME DE BURNOUT: Causas, consequências e tratamento.

Esta síndrome foi descrita em 1974 por Freudemberg,  médico americado,  e é definida como um estado de esgotamento físico e mental, cuja causa esta intimamente ligada a vida profissional. A pessoa com esta síndrome apresenta dificuldades de enfrentar a vida e de engajamento. Vale ressaltar que a síndrome  não surge de uma hora para outra, e as causas podem ser as mais diversas possíveis, com consequências desastrosas que necessitam ser avaliadas, dignósticadas e tratadas.

Trabalhar  em um ambiente hóstil e competitivo na esfera profissional com alto  nível de exigência e baixo reconheciemnto pelo trabalho desenvolvido, torna-se um solo fértil para o adoecimento . As pessoas que compõe um sistema Empresarial tem diferentes  personalidades, e assim constroem a personalidade da Empresa. Porém essas pessoas em sua hierarquia profissional exercem sobre as outras um poder de motivar e transformar, ou um clima organizacional quem impossibilita o desenvolvimento dos potenciais existentes, fazendo com que as pessoas passem a se sentir inúteis, exaustas, deprimidas, incompetentes, ineficientes e tentam  dar conta de todas as exigências. Desenvolvem estresse crônico, sem energia e sem vontade. Estando exausto, falta motivação e não vê  a hora de ir embora do trabalho. Apresenta-se  dificuldade de atenção, problemas cognitivos e de memória.

Mas também por sentir que não consegue dar conta das atividades que antes eram fáceis, esse profissional sente-se irritado e começa a ter  problemas interpessoais  e conflitos constantes. A satisfação diminui, ansiedade e  tensão aumentam, está no limite. A Sindrome de Burnout leva ao  isolamento, a pessoa não responde e-mails ou mensagens, nem mesmo as solicitações de trabalho feitas,  e recusando participar em eventos sociais e familiares. Em casos mais graves apresentam a somatização, tais como: doenças cardíacas, gastro intestinais, depressão e ansiedade.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      

Ao apresentar tais sintômas, o importante é reconhecer o problema, compartilhar com chefe e colegas de trabalho que está acontecendo no ambiente de trabalho também é viável. Para  que a empresa possa identificar a fonte do problema, como: a quantidade de trabalho maior que os funcionários possam exercer, falta de progresso real, aumento do trabalho e diminuição na compêtencia. Neste momento, é hora de buscar ajuda profissional, psicológica e médica,  para conseguir entender que necessita parar, tratar e reconectar-se com a vida. Para que a partir do diagnóstico, saiba o quanto é importante tirar férias.

Talvez  a solução seja fazer algumas mudanças. Mudar o ambiente de trabalho é uma opção. Busque um ambiente agradável. Se não for possivel nesta empresa, busque outra. Mude sua  rotina, procure outros projetos que  te traga motivação.  Não fale sim para tudo. Tenha esperança. Leve o relaxamento a sério, faça caminhada, meditação, cultive vida fora do trabalho. Desligue-se do trabalho, coloque um limite em sua vida. Durma o suficiente, reduza as demandas feitas para você, organize-se, e priorize o que deve fazer. Pense e trabalhe o suficiente, Recompense  a si mesmo, tente achar o lado engraçado da vida. O sucesso profissional depende da sua saúde mental.

GERAR VIDA E LIBERTAR – Uma homenagem as mães

GERAR VIDA E LIBERTAR

Estive pensando, nesta semana que antecede o dia das MÃES, sobre o poder mágico de gerar dentro de seu corpo uma vida. Como isto é magnífico, é uma dádiva. Saber que lentamente uma minúscula célula se transformará em uma pessoa incrível e esta lenta transformação revoluciona quem hospeda em seu ventre, esta semente do amanhã.

Ao tornar-se mãe, passa-se de um simples ser, a uma figura cheia de amor, ideias, valores, cuidados, sonhos e esperança e mesmo com alguns desconfortos, aceita a missão de cultivar e cultuar sem conhecer e sem entender quem chegará. Quer, espera e sonha com a chegada desta pessoa que povoará sua vida e quando este ser chega e é acolhido nos braços, os olhares se cruzam e não querem mais se separar.

O olhar da mãe para a pequena criatura, é de sonho e de espera por um mundo fascinante e cheio de amor, e é claro, com poucas ou nenhuma dificuldade. O olhar da criatura para a mãe torna segundos em eternidade, pois para a criança, que a princípio tem a mãe como parte de si mesmo, contempla demoradamente todos os dias, internalizando esta imagem facial a voz doce e mansa que ouviu durante a gestação. E nesta intensa troca, quase sem perceber que o tempo passa, a mãe procura mostrar ao seu filho(a) o mundo de uma forma otimista através de ações como apresentá-lo aos simples sons da natureza e as sensações de frio calor. Ao fazer as massagens o ajuda a delimitar seu corpo, de modo a sentir mais intensamente o toque e o carinho, criando assim consciência do próprio corpo e da relação com o outro. Nesta proximidade de atenção e observação, a mãe percebe que a sua missão é de acompanhar e observar a cada dia o crescimento dessa criatura, percebendo também, que permitiu assim o crescimento de suas asas e com grande amor, liberta seu filho para o mundo, esperando que seus voos permitam alcançar altitudes que possam observar o mundo de forma crítica e transformadora, e na sequencia passa a libertá-lo para voos solo. Quando vê suas asas fortalecidas, percebe que sua missão está sendo cumprida com sucesso.

Quando nasce uma criança também nasce uma mãe, então sou grata a todas as mulheres que me antecederam para que eu pudesse viver esta experiência ímpar. Sou grata também a existência de minha filha, que ao vir ao mundo me escolheu e me promoveu a mãe.

Feliz dia das mães a todas.

Noemi Paulina Cappellesso Finkler CRP. 08/03539

Contatos:
• Celular/WhatsApp: 45 99932 5806
• E-mail: noemi@apoioclinica.com.br

 

Atendimento Psicológico Online

Terapia à domicílio, à distância e com profissionalismo

Regulamentada por CFP nº 11/2018, profissionais de psicologia podem oferecer terapia online, via Internet.

Já na década de 1990, com a chegada dos computadores conectados em um sistema de rede, as pessoas se viam influenciadas pela nova tecnologia: a Internet.

Então, surge os smartphones, notebooks, tablets e diversos dispositivos de interação, como os aplicativos.

Em consequência disso, esse processo evolutivo só fortaleceu e difundiu-se em quase toda área de atuação.

Levando em conta que os meios tecnológicos de informação e comunicação tiveram uma relevante posição de mediadores, via acesso à Internet, a tecnologia também possui uma forte atuação no que diz respeito à saúde e bem-estar das pessoas.

E não poderia ser diferente com a Psicologia!

Pois então, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio da Resolução CFP nº 11/2018, regulamentou as prestações de serviços realizados por meios tecnológicos de comunicação à distância.

O profissional de psicologia poderá realizar consultas e atendimento, estabelecidas por diferentes tipos de tecnologia, desde que atenda os parâmetros coerentes com a ética e legislação, fundamentados no Código de Ética Profissional, aplicando adequadamente os conhecimentos e técnicas da ciência psicológica.

A psicóloga Noemi Paulina Cappellesso Finkler (CRP 08/03539) é fundadora e gestora da Apoio Clínica (Cascavel-PR) e da Apoiar Espaço Clínico e Empresarial (Toledo-PR), especializada em psicoterapia sistêmica e organizacional.

Oferece terapias presenciais para casais e famílias, ou individualmente aos adultos e adolescentes, também atuando na assessoria empresarial e avaliações clínicas.

Com os celulares sempre a mão, a presença do psicólogo no meio online torna-se mais efetiva.

Dessa forma, auxiliando no tratamento dos pacientes em crise, ou até mesmo de diferentes regiões.

Então, cismada em acompanhar o mercado, mantendo-se atualizada e em constante evolução, Noemi aprimorou sua metodologia às tecnologias da comunicação.

Já imaginou ser acolhido pelo profissional de psicologia, de forma ética e eficaz, no conforto de sua residência?

Com o domínio do idioma italiano e português, a psicóloga Noemi disponibiliza-se ao atendimento em conferência Online via Skype.

Eventualmente, para melhor atender os pacientes, recomenda-se agendamento prévio pelo WhatsApp ou E-mail, para assistência Online via Skype.

Assim, o paciente em situação de emergência, crises emocionais, assessoria empresarial, ou dificuldade de locomoção podem usufruir deste recurso.

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A Vida pelo Prisma da Arte

A vida pode ser analisada como uma obra de arte em constante construção subjetiva e coletiva, em que cada pessoa ao tocar o outro, pelo olhar, gestos e atitudes deixam e levam marcas e impressões. Esta obra de arte possui as mais diversas cores, texturas, formas e traços. Algumas marcas e impressões podem ser permanentes e ter destaque, já outras podem ser sutis, quase invisíveis e outras ainda podem ser como fundo ou como base, não aparecem, mas todas compõem essa obra de arte inacabada que é você. E aí, saberia responder: Que obra de arte sou eu?

Viver é uma construção diária em que influenciamos e somos influenciado numa rede de trocas constantes. Realmente, viver é uma arte. Alguns dias, ao analisar internamente nossa tela podemos ter diversas sensações, de dor, sofrimento, angústia, desesperança e até desespero, muitas vezes, o dono da tela tem vontade de rasga-la, jogar tinta para encobrir o que aparece, esconder e sessar a luz, pois lhe parece difícil e sem graça a contemplação. Ao observar tem a percepção de si como uma obra acabada, não enxerga possibilidade de fazer algo, talvez  por não compreender que ele mesmo pode produzir e trabalhar nessa obra, pois também tem os instrumentos, como o pincel, a espátula ou simplesmente as mãos. Muitas vezes também não consegue permitir que outro artista se aproxime e o toque.

Estar vivo é por a própria obra em exposição, e uma obra uma vez exposta possibilita ser capturada por olhares, pincelada de cores e manuseada, e até arriscar-se dar ou receber um toque para transformações, ao ser exposta pode manter a lembrança no imaginário de algum merchand que busca por ela, pois alguma especificidade dessa obra mantém ou desperta o interesse e a admiração. De todo modo cabe ao dono da obra ou as pessoas mais próximas ter a sensibilidade de perceber e fazer a escolha possível naquele momento de vida.

Falar de vida é também falar de transtornos que acometem uma grande parte das pessoas e por vezes não são diagnosticadas e tratadas adequadamente. Pensamos nesta metáfora para trazer a luz um pouco sobre o transtorno depressivo. Pessoas que sofrem desse transtorno normalmente se fecham para o outro, têm sua visão de mundo monocromática, não conseguem ver sozinhos as possibilidades de reorganizar novos caminhos ou recursos para sair deste sofrimento tão intenso. Com dificuldade em pedir ajuda e buscar tratamento, o depressivo desacredita ser possível aliviar o que sente, pois depois de algumas tentativas normalmente sente-se impotente e acredita que sair de cena pode ser uma solução. Avaliar e aliviar os sintomas presentes, tais como tristeza, angústia, irritabilidade, cansaço, desanimo se faz necessário para o andamento de um tratamento, mas para tanto, é necessário conhecer os recursos emocionais existentes, coisas e/ou pessoas com vínculos que são importantes ao sujeito para indicar a linha de tratamento.

Refletir sobre a depressão nos fez utilizar a metáfora da arte relacionada as muitas vidas que nós, psicoterapeutas, nos dispomos a contemplar junto com nossos pacientes e seus familiares objetivando analisar cada detalhe da história como uma obra de arte coletiva subjetiva e inacabada. O processo de psicoterapia possibilita a sabedoria, do que pode buscar para permitir  que os sintomas diminuam e a transformação aconteça, a partir da análise  do que causou cada artista, que por sua obra passou e com que sentimento fez as marcas, visíveis ou invisíveis, conscientes ou inconscientes, lembrando sempre que cada um tem seus recursos e seus desejos para continuar sua obra, basta que busque o profissional adequado para dar seu toque que possibilite a transformação. Independente do que consiga responder sobre qual obra de arte você é, perceba o quanto ela é abstrata e única e ela só estará acabada, sem possibilidade de mudanças e retoques,  com o fim da vida.

Micro Mudança Macro Revolução

A vida cíclica em que vivemos, muitas vezes nos coloca em uma tarefa de analisarmos o ciclo que termina e planejarmos o novo que está prestes a iniciar. Neste momento, com o ano se acabando somos invadidos muitas vezes por uma sensação de impotência e frustração por termos muitas coisas ainda por terminar e não ter mais tempo, e também a tentativa de (re) planejar o próximo ciclo. Diante desses sentimentos comuns nessa época do ano vale uma reflexão: Ao invés de querer terminar muitas coisas grandiosas, empenhativas, cansativas e estressantes acumuladas o ano inteiro, começar agora a se comprometer com algumas micro mudanças que podem trazer macro revoluções em nossas vidas?
Para fazermos isso requer inicialmente um olhar contemplativo e também introspectivo, para entender o que é possível realizar em um continuo de viver. Começar hoje a pensar quais coisas micros você pode fazer que, pode causar uma revolução ao longo da sua caminhada e de quem compartilha com você esse trajeto e esse mundo. Alguns simples exemplos de micro mudanças que podem contribuir para esta revolução são, substituir os guardanapos de papel por guardanapos de pano, que, além de lindos deixam sua mesa muito mais harmoniosa e você diminui a produção de lixo e minimiza o desmatamento, outro exemplo é deixar de usar canudinhos descartáveis, que ao ser jogado nos oceanos venham a causar a morte de muitos animais marinhos. Ou quem sabe cultivar e fazer seu próprio alimento, cada pessoa pode dedicar um tempo para o cultivo de uma horta caseira para quem mora em casa ou cultivos em vasos para quem mora em apartamento, ou quem sabe buscar parceria para fazer uma horta comunitária que traz outros benefícios que é conhecer outras pessoas e fazer várias outras trocas . Pois ao cultivar ainda poderá fazer uma composteira e produzir os nutrientes que a terra necessita, tornando os ciclos contínuos. Ao olhar esta vida cíclica e promover mudanças, aprenderemos a lidar com as frustrações, pois a natureza tem seu jeito de responder aos cuidados que são dispensados a ela e assim nos dá a possibilidade de refletirmos como sendo parte do sistema e do ecossistema o que podemos buscar para evoluir e encontrar a harmonia em transitar por este mundo, então talvez nos sentiremos menos cansados pois o tempo de mudança será o tempo possível para cada um e não o tempo colocado pelo mundo dos outros.
Então pense em sua vida, mude hábitos que te trazem mal estar, seja você mesmo(a), busque os próprios sonhos possíveis. Seja você mesmo(a) com suas fragilidades e fortaleza, e saiba que ao fazer micro mudanças conscientes estará fazendo macro revoluções para o mundo.

Um segredo, vários caminhos…

Dentre os muitos dilemas clínicos no contexto da terapia familiar e de casal, os segredos são, sem dúvida, um tema que requer cuidado e manejo adequado para lidar com as consequências individuais e implicações nos relacionamentos. Para um segredo ser revelado, é importante se criar um solo fértil para o entendimento, aceitação e elaboração que a revelação exige. Na complexidade da afetividade humana o segredo nasce do medo e do amor, oferecendo proteção e causando dor, mas está também disponível para promover um profundo entendimento possibilitando novos caminhos aos envolvidos.

O dia a dia do trabalho do terapeuta familiar ou de casal está repleto de segredos íntimos e profundos da vida individual, conjugal, familiar e de seu ciclo nas mais diversas etapas, associados ao nascimento, aborto, infertilidade, doenças, suicídio, infidelidade, traição, abuso, morte, etc. Os segredos são diversos, assim como os caminhos escolhidos para lidar com eles. Segundo Evan Imber-Black, terapeuta de família, os segredos representam dilemas éticos, que não são resolvidos por meio de “regras” simples. A revelação de certos segredos pode ter um efeito profundamente curativo para indivíduos e relacionamentos, enquanto a revelação de outros pode colocar as pessoas em perigo, particularmente quando estão envolvidas questões de segurança física e psíquica. Além disso, há segredos que têm o potencial para a reconciliação e outros para a divisão, sem garantia de onde se irá chegar, mas sempre carrega em si a possibilidade de crescimento e aprendizagem,

Normalmente, quando o segredo chega ao consultório vem carregado de sintomas e sofrimento emocional que pode se manifestar em somatização. No processo terapêutico com família ou casal, o psicólogo tem como tarefa caminhar ao lado dos envolvidos intervindo e favorecendo a capacidade de cada um para compreender e aceitar emocionalmente os acontecimentos que levaram à inverdade e segredo, além de auxiliar a decidir como e quando este será revelado para que possa levar à libertação e alívio dos que estão emaranhados nessa condição. A gerações atrás, segredos como a adoção, suicídio, virgindade e relações extraconjugais eram tabus intocáveis. Nos dias de hoje há ainda muitos sofrimentos por segredos que demandam grande quantidade de energia para manterem-se secretos e os sentimentos advindos de sua clarificação são muitos e ambíguos, por vezes o desejo do perdão dos demais e em outras vezes, o perdão de si mesmo; a culpa e vergonha, protegidos por onipotência, no entanto é ainda a humildade, generosidade e amor que favorecerão a compreensão e resgate das relações.

O terapeuta sistêmico ao lidar com este tema promoverá a circulação de afetos, entenderá o desejo do detentor do segredo e analisará em sessões individuais as consequências da revelação, assim como nos atendimentos familiares ou de casal pesquisará a consistência das interações preparando o momento propício para a revelação, visando o menor sofrimento psíquico aos envolvidos e trabalhando a capacidade de resiliência. Por fim, há de se entender que os caminhos são muitos, mas a escolha é de cada um.

 

ELISA MARA RIBEIRO DA SILVA
Psicóloga – CRP – 08/03543

NOEMI PAULINA CAPPELLESSO FINKLER
Psicóloga – CRP – 08/03539

A QUEM CABE DISCUTIR SOBRE SEXUALIDADE EROTISMO E PROTEÇÃO?

Os papeis que assumimos, de pais, educadores e lideres na construção social nos chamam a refletir sobre o tema sexualidade erotismo e proteção, pois no atual período histórico e político em vivemos, a mídia acaba nos confundido ainda mais ao invés de elucidar sobre esse tema. Ficamos nos questionando para saber o que seria melhor para nossos filhos, assumir um papel ativo na construção da vida emocional e afetiva, revendo nossos próprios valores e tendo uma posição coerente com estudos já feitos ou seguir modelos prontos como verdade absoluta e inquestionável, ou seja, aquilo que o pastor, o politico ou determinado profissional afirmou. Sendo assim, parece que todos podem e devem opinar sobre qualquer tema e infantilizados buscamos a justiça para dizer quem está certo, o que acaba levando a equívocos e muitas distorções do que é desenvolvimento humano e em que idade se pode/deve falar sobre tais assuntos. Em nome da proteção delegamos a outros quais assuntos que cabem a escola e quais assuntos cabem aos pais. Esta dicotomia muitas vezes, ao invés de colocar os pais e a escola em um dialogo coerente os coloca frente a frente como inimigos e não parceiros na construção do ser social. Vale ressaltar que, neste universo de falta de tempo e disponibilidade emocional dos pais para estar com seus filhos, diante de longas jornadas de trabalho que torna cada vez mais necessário terceirizar as funções e comprar o que a mídia impõe que você precisa para ser feliz, em que o ter se sobrepõe ao ser, acabam dificultando ou até mesmo impedindo que possamos ter um pensamento crítico e com isso entramos nesta confusão na tomada de decisão .
No consultório familiar ou atendimento de pais e filhos chegam as mais diversas demandas e entre elas, aparecem estas discussões acerca da sexualidade, em que alguns pais se espantam com o professor mostrando figuras de partes do corpo humano, e, sem perceber, algumas vezes são indiferentes com outras questões, que podem ser até mais perigosas, tais como: incitar a violência entre as pessoas sentindo-se empoderado com uso de armas que tanto podem ser usada para tirada a vida ou mesmo uma arma “inofensiva” como o mais moderno celular, ou tablets que crianças de 10 anos tem acesso a vários sites com inúmeros conteúdos impróprios para sua idade, inclusive eróticos e pornográficos. Em meio a tudo isso, sabemos que o desejo é de proteger as crianças, mas proteção não é sinônimo de privação e sim de amparo, e diante dessa confusão fica fácil se sentir perdido, o que aumenta a necessidade de pensar na postura de pais e professores diante destes assuntos polêmicos que vem e virão a tona a serviço de algum interesse que nem sempre é explicito.
Neste mundo em que estamos perdidos, se torna difícil olhar para dentro de si e descobrir quais atitudes nossas estão trazendo prejuízos ao desenvolvimento de nossas crianças. A falta de diálogo aberto dos pais para com seus filhos, por sua própria incapacidade de lidar com sua sexualidade tem trazido muito prejuízo. A falta de tempo e paciência destes mesmos pais de estar próximo a escola e contribuir com os conteúdos ensinados em uma participação reflexiva e de pesquisa, tem levado a grandes prejuízos a humanidade, filhos sem senso crítico, sem capacidade de escolha, sem argumentos tornam-se repetidores de notícias sem fundamento nenhum. Porém, alguns caminhos possíveis se apontam e nestes caminhos centrais, está a psicologia, que equivocadamente, muitos se apropriam para dizer que tudo causa traumas, mas que não pode invalidar a verdadeira importância de contar com o profissional da psicologia, pois é esse profissional que estuda o desenvolvimento humano, e que deveria participar ativamente nas escolas, analisando e orientando a comunidade escolar na busca de criar uma relação de confiança e parceria para proteger sim todos da ignorância que hoje vivemos.

Escrito por:
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Cheila Rotta Scheibel
CRP 08/16663

EM QUE BASE FILOSÓFICA FOI ANCORADO SEU CASAMENTO?

Entender em que base cultural e filosófica foi ancorado seu casamento nos ajuda a entender qual será a trajetória seguida nos diferentes ciclos que a vida conjugal e familiar vai passar, bem como que atitudes se espera que ambos os cônjuges assumam diante de dificuldades inerentes ao casamento.

Para analisar a base cultural e filosófica dos casamentos vamos utilizar dois modelos de casamento, um deles que mais parece com o modelo que seguimos e que tem como base os contos de fadas, em que a partir do casamento espera-se o “felizes para sempre”. Se esta é nossa expectativa, a decepção se instala nos primeiros dias da vivencia do casal, pois aparecerão os conflitos em cada ciclo do casamento. Esperar que, aquele ritual lindo e glamoroso, permanecera para todo o sempre, coloca-nos em um pensamento mágico que o outro será o responsável por fazer-nos felizes em todos os dias de nossas vidas, ficaremos passivos e a espera que o outro se modifique para ser o que sonhamos.

Porém, ao ler o livro da monja Coen, a sabedoria da transformação, um novo olhar sobre este relacionamento, tão rico e tão complexo, que nos faz crescer como pessoa, e como ser de responsabilidade no mundo, nos é oferecido.

Ela nos traz a visão Budista de casamento, que no cerimonial, em frente ao Buda, os noivos bebem de três taças.

A primeira tem o desenho de um pinheiro, símbolo da longevidade, pois se mantem verde em todas as estações do ano, símbolo este que traz o desejo de um casamento fresco e com ternura em todas as estações da vida conjugal, e o desejo que nunca perca o vigor.

A segunda taça tem o desenho do bambu, representando a flexibilidade e com isso faz três analogias possíveis: a primeira é a de que quando somos flexíveis podemos nos abaixar sem nos quebrar; segunda analogia representa o respeito a ancestralidade aos que vieram antes, pois o bambu cresce em nódulos, deixando que os primeiros se elevem aos céus; a terceira analogia é com a espiritualidade, um bambu floresce apenas a cada 150 anos, quando plantado, quer sejam mudas ou sementes, permanecem sob o solo 5 anos para dar os primeiros brotos. Tudo o que surge com muita rapidez, da mesma forma desaparecem.

A terceira taça mostra o desenho de uma ameixeira florida, que tem o significado de que o casal seja capaz de atravessar os invernos frios e gélidos das perdas e sofrimentos possíveis em uma existência em casal. Na vida conjugal não perdemos somente pessoas queridas, mas também sonhos, ideias, projetos e expectativas, tudo aquilo que nos faz lembrar do frio e da morte, mas atravessamos e desabrochamos novamente. Em todas essas taças estão os votos de que tenham capacidade de suportar, o aparentemente insuportável, e dar a vida a sua própria vida.

Como terapeuta de casal e olhando por esse prisma do que embasa os casamentos, o processo terapêutico permite nos trazer a luz, o que cada um espera viver nesta vida conjugal que os dois estão construindo, em uma historia que passará por momentos difíceis.

Cada ciclo coloca os cônjuges na corresponsabilidade de olhar as estações diferentes que vão passar e com paciências ter coragem de esperar o inverno passar para que chegue ao outras estações para sentir o calor do afeto, a beleza das flores dos projetos e o sabor dos frutos da concretização. Aproveitar a sabedoria que permitiu adquirir novas habilidades, nas estações mais agradáveis e preparar-se para a chegada do inverno pois como a vida é cíclica o inverno vai chegar e também novamente vai passar.

Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP. 08/03539

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