Entender em que base cultural e filosófica foi ancorado seu casamento nos ajuda a entender qual será a trajetória seguida nos diferentes ciclos que a vida conjugal e familiar vai passar, bem como que atitudes se espera que ambos os cônjuges assumam diante de dificuldades inerentes ao casamento.
Para analisar a base cultural e filosófica dos casamentos vamos utilizar dois modelos de casamento, um deles que mais parece com o modelo que seguimos e que tem como base os contos de fadas, em que a partir do casamento espera-se o “felizes para sempre”. Se esta é nossa expectativa, a decepção se instala nos primeiros dias da vivencia do casal, pois aparecerão os conflitos em cada ciclo do casamento. Esperar que, aquele ritual lindo e glamoroso, permanecera para todo o sempre, coloca-nos em um pensamento mágico que o outro será o responsável por fazer-nos felizes em todos os dias de nossas vidas, ficaremos passivos e a espera que o outro se modifique para ser o que sonhamos.
Porém, ao ler o livro da monja Coen, a sabedoria da transformação, um novo olhar sobre este relacionamento, tão rico e tão complexo, que nos faz crescer como pessoa, e como ser de responsabilidade no mundo, nos é oferecido.
Ela nos traz a visão Budista de casamento, que no cerimonial, em frente ao Buda, os noivos bebem de três taças.
A primeira tem o desenho de um pinheiro, símbolo da longevidade, pois se mantem verde em todas as estações do ano, símbolo este que traz o desejo de um casamento fresco e com ternura em todas as estações da vida conjugal, e o desejo que nunca perca o vigor.
A segunda taça tem o desenho do bambu, representando a flexibilidade e com isso faz três analogias possíveis: a primeira é a de que quando somos flexíveis podemos nos abaixar sem nos quebrar; segunda analogia representa o respeito a ancestralidade aos que vieram antes, pois o bambu cresce em nódulos, deixando que os primeiros se elevem aos céus; a terceira analogia é com a espiritualidade, um bambu floresce apenas a cada 150 anos, quando plantado, quer sejam mudas ou sementes, permanecem sob o solo 5 anos para dar os primeiros brotos. Tudo o que surge com muita rapidez, da mesma forma desaparecem.
A terceira taça mostra o desenho de uma ameixeira florida, que tem o significado de que o casal seja capaz de atravessar os invernos frios e gélidos das perdas e sofrimentos possíveis em uma existência em casal. Na vida conjugal não perdemos somente pessoas queridas, mas também sonhos, ideias, projetos e expectativas, tudo aquilo que nos faz lembrar do frio e da morte, mas atravessamos e desabrochamos novamente. Em todas essas taças estão os votos de que tenham capacidade de suportar, o aparentemente insuportável, e dar a vida a sua própria vida.
Como terapeuta de casal e olhando por esse prisma do que embasa os casamentos, o processo terapêutico permite nos trazer a luz, o que cada um espera viver nesta vida conjugal que os dois estão construindo, em uma historia que passará por momentos difíceis.
Cada ciclo coloca os cônjuges na corresponsabilidade de olhar as estações diferentes que vão passar e com paciências ter coragem de esperar o inverno passar para que chegue ao outras estações para sentir o calor do afeto, a beleza das flores dos projetos e o sabor dos frutos da concretização. Aproveitar a sabedoria que permitiu adquirir novas habilidades, nas estações mais agradáveis e preparar-se para a chegada do inverno pois como a vida é cíclica o inverno vai chegar e também novamente vai passar.
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP. 08/03539
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