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Por que Cascavel? Por que a psicanálise? Por acaso ou desejo?

Diante de tantas questões acerca da autorização em se pôr a falar e escrever sobre a transmissão em psicanálise, nos deparamos com os percalços de sustentar os nossos desejos e de uma prática que pressupõe um sujeito de desejo. Mas afinal, o que isso quer dizer? O que seria um sujeito de desejo ou o desejo em si?

Numa tentativa de explicação, possivelmente falível, uma vez que, falar do próprio desejo é, no mínimo, complexo, exporemos uma metáfora acerca daquilo que concerne um dos caminhos do desejo que nos pulsa, já que ele é sempre inapreensível. Uma de nós (somos 3 a escrever), estava percorrendo o trajeto de sua casa até seu consultório, divagando justamente sobre os caminhos que fizera e as razões pelas quais escolheu, como lugar, a cidade de Cascavel/PR.

Ouroboros (ou oroboro ou ainda uróboro) é um conceito representado pelo símbolo de uma serpente, ou um dragão, que morde a própria cauda. O nome vem do grego antigo: οὐρά (oura) significa “cauda” e βόρος (boros), que significa “devora”. Assim, a palavra designa “aquele que devora a própria cauda”. Sua representação simboliza a eternidade.

Ao narrar sobre seu percurso, outros questionamentos lhe vieram à mente: O que é um percurso? O que mais importa; o caminho ou o seu fim? O fim ou sua finalidade?

Esses questionamentos realçam a importância de falarmos e de nos implicarmos nos caminhos que escolhemos. Poder falar sobre nossas conquistas e desgraças, sobre aquele mal-estar que nos acomete toda vez que nos propormos a realizar algo ou até mesmo de fazer brotar disposição apesar de um dia intenso de afazeres. Nos dispormos a falar sobre o querer e o não querer para, posteriormente, permitirmo-nos reconhecer o que realmente desejamos. Assim, torna-se possível advir um sujeito para que esse possa, aos poucos, aceitar suas impossibilidades e que essas não sejam vistas como incapacidades, pelo contrário, é o não-poder tudo que nos permite poder algo.

Não por acaso, desejo não equivale à vontade, ele pode ser comparado a uma sala de espera, pois precisamos nos propor a estar lá (no entre) para que as possibilidades se revelem. Todavia, mesmo após realizada uma das escolhas, não haverá garantias de satisfação e plenitude ou, sequer, de respostas, o que haverá são outras novas (talvez nem tão novas assim) possibilidades, ou seja, o percurso desejante não é o fim, mas a via de acesso a uma cadeia espiral e dinâmica de desejo. Em vista disso, ou seja, por uma questão de desejo, escolhemos por reconstruir nossos espaços de escuta, na mesma cidade, por razões singulares, mas convergentes, em alguns pontos.

Em virtude do desejo de se pôr a falar, através da escrita, sobre os caminhos que optamos, a pergunta sobre seu começo circula, sem ponto de partida ou ponto de chegada, tal como o percurso desejante do sujeito. Já diria Galeano (2015): “A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos e ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Para que eu não deixe de caminhar”.

Cada uma, atravessada pelas suas histórias, seus sintomas, suas angústias, seus (des) encontros e com suas próprias questões deparam-se com esse estranhamento, tão familiar, que é se fazer desejante, cuja tarefa é tão peculiar.

Afinal, o que nos une, o acaso ou o desejo? Por que a psicanálise? Por que Cascavel?

Escrito por:
Cheila Rotta Scheibel
Izabele Zasso
Juliane Ozelame Ribas Mohana

Apoio Clínica Integrada.
Rua Paraná, 5906, Cascavel-PR Brasil
Telefones 45 3038 2888 | 45 3037 5647

REFERÊNCIAS:

GALEANO, Eduardo. Para que serve a utopia. Blog Conti Outra. Disponível em:< http://www. contioutra. com/para-que-serve-utopia-eduardo-galeano>. Acesso, v. 28, 2015.
[1] Ensaio produzido a partir de questões da prática psicanalítica em consultório, bem como, de questões pessoais comuns.
[2] Psicanalista de abordagem Freud-Lacaniana.
[3] Psicanalista de abordagem Freud-Lacaniana e Mestre em Direitos Humanos.
[4] Psicanalista em formação de abordagem Freud-Lacaniana.

AVALIAÇÃO PSICOLOGICA NA CIRURGIA DA OBESIDADE

Realizar uma cirurgia é sempre um procedimento invasivo que requer um cuidado especial com os fatores emocionais envolvidos, no caso da cirurgia bariátrica recomenda-se uma avaliação criteriosa com profissionais preparados para entender a dinâmica do sujeito e a relação com a obesidade. Pois este transtorno alimentar , exige do profissional uma caminhada ao lado do paciente para que ambos possam compreender os significados de tal sintoma. Objetivando a compreensão do transtorno, promovendo uma tomada de consciência de si para assumir as tarefas do tratamento multidisciplinar, que exige da pessoa responsabilidade por um tempo relativamente longo para obter o resultado esperado que além da perda de peso também traga uma melhor qualidade de vida relacionado com um bem-estar emocional.
A obesidade aumenta a cada ano e os profissionais que estudam este fenômeno, se deparam com um desafio de trabalhar a ansiedade e adepressao do paciente, que na maioria das vezes ao buscar este método quer um resultado rápido, por já ter tentado sem sucesso uma serie de dietas milagrosas . Então espera que a cirurgia resolva para ele sem que tenha que se esforçar todos os conflitos de vida que embasam o ganho de peso. Achando que quando emagrecer ,vai ser amado, não terá mais problemas de relacionamento, vai ser feliz etc. Porem a experiencia no acompanhamento de pacientes nesta cirurgia tem mostrado que o fato de não entender a obesidade faz com que os pacientes submetidos a cirurgia voltam a um reganho de peso em media após dois anos de ter feito a cirurgia. Qual é a logica emocional que acompanha o transtorno? A pessoa no pós cirúrgico sente-se poderosa por ter uma perda relativamente rápida de peso e fica encantada com a mágica, com isso acredita que não necessita mais do acompanhamento nutricional e nem continuar fazer os exercícios físico, pois entende que perderá o peso necessário. Bem como sente-se feliz pela atenção e os olhares recebidos e aceitos, pois não são mais de preconceitos, mas de admiração e sente que não mais precisa entender emocionalmente o significado de sua vida e a relação que estabeleceu com o alimento. Nesta fase é bem comum o abandono do tratamento. Quando o alimento deixa de ser a válvula de escape emocional outras compulsões podem ocupar o lugar. Tais como: compras, uso de álcool ou outas drogas, sexo algumas vezes promiscuidade etc.
Porem após aproximadamente dois anos tudo em sua vida volta ao normal os alimentos são aceitos com mais facilidade aumentando o aporte calórico, e como já diminuiu o gasto por deixar de fazer as atividades físicas o peso aumenta e o fator emocional não trabalhado e não compreendido retorna com o significado de antes da cirurgia, carregado de desesperança.
Portanto decidir fazer uma cirurgia bariátrica necessita de uma boa analise por parte da equipe multiprofissional, bem como do paciente. Muitas vezes a indicação de adiar e cirurgia com a finalidade de auxiliar o paciente a ter consciência do real motivo da busca, promovendo mudanças de habito para uma vida saudável, entendendo o empenho necessário em cuidar-se tanto física quanto emocionalmente. compreender a si mesmo e o significado dos hábitos que levam a obesidade, assim como qualquer sintoma, não é tarefa facial para ser feito sozinho. O melhor caminho e contar com ajuda profissional para tomar decisões assertivas.

CASAMENTO DURADOURO.

Na atualidade as pessoas se admiram ao ver casais que vivem uma vida inteira juntos e são relativamente felizes , desenvolvem seus projetos enfrentam crises e saem delas fortalecidos . Pessoas que não conseguem ficar em relacionamentos por muito tempo se perguntam: Qual o segredo ? As pessoas se encontram e se casam com pessoas diferentes em seu jeito de ser e de viver , estas diferenças se dão pelas visões de mundo e valores que trazem sua história de vida. Na verdade é isso que faz com que o casamento seja uma das relações mais ricas, mais íntima e que mais possibilita o crescimento de ambos . Se cada um consegue deixar-se conhecer e estiver disposto a ouvir com empatia o que o outro sente e pensa , estando aberto ao crescimento como ser humano, encarando suas fragilidades , desenvolvendo a escuta empática , respeitando as escolhas , o casal pode trilhar um caminho que se perpetue promovendo o crescimento da vida conjugal . Porém não é fácil ! Pois no relacionar-se amorosamente um quer agradar o outro e por vez não quer mostrar aquilo que ela mesma desaprova em si é não consegue mudar . Bem como muitas vezes também quer idealizar a pessoa amada para não se ver na obrigação de tomar atitudes e enfrentar situações desagradáveis . O processo de psicoterapia de casal oportuniza um olhar para si e para o relacionamento promovendo este crescimento para um relacionamento duradouro quando está for a escolha do casal . O terapeuta como uma jardineiro oferece recursos para as podas na hora certa visando uma primavera florida.

ÉTICA NO TRABALHO: O CAMINHO PARA A VITÓRIA

A ética no ambiente de trabalho é imprescindível para que se crie “times vencedores”, pois as regras de bom convívio quando respeitadas promovem bem estar no dia-a-dia, trabalho prazeroso, convívio agradável, possibilitando melhor produtividade, crescimento pessoal e empresarial, pois o trabalho com ética pressupõe transparência no agir, clareza na comunicação e respeito mútuo, o que desenvolve sentimento de justiça que faz com que a pessoa tenha o desejo de pertencer àquela Organização.

Para ser ético no ambiente de trabalho é preciso antes de tudo ser coerente, honesto em qualquer situação. Fazer somente aquilo que pode ser feito em público, aos olhos de todos. Varias atitudes podem ser vista como ética. Estas pressupõem comportamentos que orientam o que as pessoas devem fazer para atingir o bem comum. Como exemplo de atitude ética no ambiente de trabalho, pode-se citar a cooperação no desenvolvimento das atividades, educação e respeito entre as pessoas que fazem parte da Empresa, socialização do conhecimento e disponibilidade em ensinar.

Fazer parte do mesmo time significa dizer que cada um tem um conhecimento e funções diferentes, porém, certamente um precisa do outro para que tenham o resultado esperado pelo planejamento feito. A não cooperação muitas vezes acontece pela luta dos “pequenos poderes” e isto traz prejuízos a todos, inclusive para a pessoa que não cooperou buscando fazer com que o trabalho do outro não seja visto e reconhecido. Portanto, isto é antiético, pois não visa o bem comum, mas simplesmente o seu destaque individualista. Outro comportamento visto como não ético nas Empresas é o péssimo hábito de chamar a atenção dos colaboradores na frente dos demais e até mesmo dos clientes. Isto faz com que a pessoa sinta-se diminuída e o supervisor perde a oportunidade de aproveitar os erros para fazer com que seu time evolua.

Em qualquer ambiente seja social ou de trabalho a educação no trato um com o outro é de fundamental importância, o exemplo é que vai fazer seguidores, pois o comportamento contagia o ambiente de trabalho.

Entendendo que o trabalho é o que identifica o ser no seu existir, construir “times vencedores”, que vivencia as relações com ética no ambiente de trabalho e na sociedade como um todo, não é tarefa fácil e deveria ser preocupação não somente do líder ou do proprietário da Empresa, mas de todos os que fazem parte e pertencem ao grupo.

Para poder ser reconhecido em um time, inicialmente é imprescindível reconhecer o time como algo importante, como uma escolha, acima das vaidades pessoais, onde cada um tem sua importância, logo nenhum precisa ultrapassar o outro, mas sim buscar o objetivo comum: vencer em equipe. Neste sentido a ética nas relações, no convívio, pelo respeito às regras e aos demais fará com que a satisfação da vitória, do dever cumprido, motive para o fortalecimento de um time vencedor.

Noemi P. Cappellesso Finkler – CRP 08/03539
Psicóloga , Consultora empresarial , Terapeuta Familiar e Casal
Atendimento – Cascavel e Toledo.

Elisa Mara Ribeiro da Silva – CRP 08/03543
Psicóloga , Analista de R.H , Terapeuta Familiar e Casal
Atendimento – Toledo.

COMO APRENDER A DANÇAR O RITMO DAS ORGANIZAÇÕES?

Fazer o exercício de comparar as atividades empresariais com uma dança traz a dimensão do viver organizacional consciente, conectado e comprometido com o resultado, e também o prazer de trabalhar em uma organização sistêmica funcional.
Para que se possa dançar com técnica e com prazer se faz necessário escolher o par para dancar, escolher o gênero de música que agrada aos dançantes, experimentar e desenvolver.
Algumas pessoas aos se conhecerem dançam maravilhosamente bem juntas e outras tem dificuldade, pois na dança um precisa conduzir e o outro, confiar para que não haja cansaço e descompasso, o que acontece quando cada um quer impor o seu estilo e não está disposto a compreender o estilo do outro, que também pode ser bom. No caso, há necessidade de ajustes. Para vir a dançar bem é imprescindível entregar-se a outra pessoa. Para que isso aconteça se faz necessário a confiaça e a certeza de que o outro quer o mesmo que você: dançar bem e prazeirosamente.
Na organização nem sempre se escolhe com quem trabalhar e o conhecimento vai acontecendo no dia a dia e, normalmente, no desenvolvimento da tarefa com trocas de informações e entendimento da subjetividade. Aí vale um trocadilho “dançante faz a dança ao dançar” e o trabalho se dá com muitas pessoas diferentes que deveriam buscar o objetivo comum que seria produzir mais e melhor e sentir-se bem ao fazer. Tanto no trabalho quanto na dança se faz necessário ter consciência que a subjetividade está presente direcionando todas as ações. Com isso compreeende-se que cada um faz a sua parte para acontecer o que se espera. Muitas vezes, por esta subjetividade estar relacionada às crencas de cada um, se é impedido de dar o melhor e se passa a inventar um novo passo de dança ainda não conhecido pelo parceiro. Isto é feito por se tomar decisões considerando o comportamento que se supõe que as outras pessoas terão. Ou ainda, por acreditar que o outro irá fazer o que tem que ser feito ou porque se imagina que não adianta fazer pois o outro não faz a parte que lhe cabe. Com este pensamento fica-se paralisado, no mesmo lugar, e vive-se os dias com o sentimento do “tanto faz”.
Este pensamento individual e egoísta tem sua lógica, no entanto a mudança passa pela conscientização de cada um no ambiente organizacional, pois é a soma de atitudes que pode promover a mudança e a transformação das pessoas e da Empresa como um todo.
A Empresa passa por ciclos de desenvolvimento que requer uma continuidade para que ocorra as conexões entre as pessoas e os setores. Logo, é importante que seus gestores entendam que o desenvolvimento é maior que treinar as pessoas na função que ocupa. Já o colaborador necessita ser e ter consciência de que ele é um elo que liga o todo e que o todo liga-se a ele, que cada movimento e cada atitude contribui para a configuração do sistema.
Por definição, ser eficiente é obter mais resultado com menos recursos, entretanto tudo o que acontece ao sistema está ligado a várias coisa da vida da empresa como também da vida das pessoas. É neste ponto que a psicologia atua. O desenvolvimento de plano de ações pessoais, com o acompanhamento do profissional de psicologia, trabalha não só a subjetividade, mas também está vinculado a estratégias objetivas num movimento constante e contínuo. Deste modo, assim como na dança, irá integrar os vários casais para fazer do trabalho organizacional um grande baile que como resultado trará desejo de estar junto, ouvindo a música da empresa com atenção e com prazer, participando de acordo com seu ritmo, seu compasso, sua cadência, não como um simples executor, mas como uma parte integrante e muito importante para que haja sincronia e novas possibilidades, como um parceiro, companheiro, um verdadeiro colaborador.
Desta maneira, pode-se dizer que cada um se comprometerá com sua parte, para que ambos possam atingir seus objetivos. Como na dança, precisa-se do parceiro para dançar, mas não só disso, precisa-se de uma boa música, de saber ouvi-la, senti-la, vivenciá-la. É necessário também que ambos conheçam a técnica, porém que não se enrigessam com esta, que dancem de acordo com a cadência dada, a partir de seu conhecimento. Que estejam sempre prontos para novos ritmos, e para aprender os que ainda não sabem. O psicólogo não é um professor de dança, mas é o profissional competente para auxiliar no entendimento e melhor aproveitamento da subjetividade, para que esta seja instrumento integrador e para que o ser humano possa aproveitar suas potencialidades aplicando-as de forma eficaz nas organizações.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

VIVENCIA EMOCIONAL E PAPEL MATERNO

No segundo domingo de maio comemora-se o Dia das Mães. Por esta razão achamos relevante escrever sobre o papel materno na atualidade, levando em consideração as mais diversas configurações familiares onde o modelo pai-mãe-filhos já não é mais o conceito de família.

A família hoje tomou diversas configurações. Temos muitas mulheres criando sozinha seus filhos, assim como homens criando também os seus. Há filhos criados pelos avós, casais homoafetivos formando suas famílias. Famílias extensas com estrutura de pai-madrasta-filhos, mãe-padrasto-filhos, numa configuração de: os meus, os seus, os nossos filhos, enfim, muitos desenhos familiares.
Diante disso, precisamos refletir sobre o papel materno relacionado com o cuidado, com o amor na vivencia no emocionar humano, criando seres sociais inseridos nesta cultura patriarcal na qual vivemos. Refletir também sobre o modelo social matrístico que traz outro jeito de olhar e compreender a vivencia social, trazendo a esperança de um modelo harmônico de viver.

O modelo de vivencia patriarcal pressupõe que existe um ser que impõe sua vontade sobre o outro, que cria figuras de poder e de competição, de ordens impostas. Então os pais inseridos neste modelo educam seus filhos para esta vivencia social de controle, de poder e imposições.
O modelo matrístico que serve hoje como base para nossa reflexão, entende que a vivencia do respeito ao desejo do outro e ao meu próprio desejo, abre um canal de conversação entre os seres que compõe uma família, proporcionando momentos de crescimento em um clima de confiança onde a competição dá lugar à cooperação e as pessoas não necessitam submeter-se. Todos se comportam como seres pertencentes ao sistema e, portanto responsáveis pelo que pode acontecer. A consciência do que se quer, do respeito por si e pelo outro, são as únicas coisas que nos permitem ser responsáveis nos empreendimentos, possibilitando que a biologia do amor seja nosso fundamento e não o desejo do controle e do domínio.
Esta vivencia amorosa que temos cristalizada no papel de mãe, pode ser vivida no ato de brincar com os filhos e do emocionar-se. Na sociedade em que vivemos valorizamos o racional, o lógico, em detrimento do emocional, isto pode ser visto nas organizações de aprendizagens com muitos conteúdos e poucas vivências e compreensão do outro. Não estamos falando que o lógico e o racional não são importantes, mas sim que a vivencia emocional precisa estar em sincronia, pois hoje, na maioria das vezes, “coisificamos” os momentos possíveis de serem vividos com os filhos dando a eles presentes caros que nos obrigam a trabalhar mais para pagar, e nos roubam dos momentos importantes de interação para a construção deste ser social e de nossa própria reconstrução.
Entendemos que a vida nos dá uma segunda oportunidade quando nos tornamos mães e assim viver a proximidade emocional que não conseguimos construir com nossos pais. Lemos muitos livros e tentamos aplicar as teorias lidas, como se pudéssemos com isso transformar nosso filho no que sonhamos para ele. Com isso queremos impor o que é certo, mas não criamos oportunidade de olhar para ele e descobrir qual é o seu potencial. Não nos colocamos no papel de jardineiro que recebeu uma semente valiosa e que precisa ser plantada em um solo e fertilizar, acompanhando o que acontece em seu entorno, regando quando necessário e privando de água quando entendemos que precisa criar raízes fortes e buscar água em outras fontes; podar quando percebemos que precisa criar bases firmes para dar flores e frutos que venham a contribuir com o bosque e não somente consigo mesmo. Com esta metáfora queremos dizer que mãe é o ser que dá vida, não necessariamente com a gestação, mas com o ato de amor e de cuidado nos mais diversos períodos de vida. E ainda, é o ser que compreende que uma fase não é melhor ou pior que a outra se criamos proximidade que gera confiança como um bom jardineiro faz com a planta.
Portanto, neste dia e em todos os dias, queremos homenagear as pessoas que se dispõe a refletir sobre o seu papel de “jardineiro-mãe”, entendendo sua responsabilidade e comprometimento com a semente recebida, seja ela um filho, um projeto ou um chamado para transformar a vida de todos os seres oferecendo para a Mãe Terra o equilíbrio para continuar existindo.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

NAMORO FASE DE PLANEJAMENTO

Se o Casamento é uma viagem, o namoro é a fase da escolha do destino. Cada um traz suas crenças e sonhos para compartilhar e assim explicitar o que esperam da viagem. O casal neste momento analisa alguns roteiros e isto requer tempo e cuidado para poder tomar decisões como: para onde ir e como viajar. Aparecem então as angústias e medos, mas cada um espera ser compreendido e apoiado em suas fragilidades.
Como neste mês comemoramos o dia dos namorados, observem esta fase e reavaliem seus roteiros. O namoro é uma fase do ciclo de vida familiar, e tem por objetivo o conhecimento das famílias de origem do parceiro e também o conhecimento um do outro para saberem se desejam estar juntos na viagem e chegarem ao destino o casamento.
A flexibilidade é fundamental para um bom planejamento que culmine em uma viagem satisfatória. Não existe relacionamento sem conflitos e solucioná-los oportuniza a cada um, crescimento e desenvolvimento. Porém vale a pena ressaltar que a motivação que leva os dois a planejar a viagem e fazer novos roteiros é em grande parte inconsciente, inclusive a escolha do parceiro. Com isso, necessita-se de complemento e ajuste de personalidade. Por vezes, as pessoas buscam alguém que possa resolver seus complexos e suas necessidades, mas por ser uma escolha inconsciente, quando fica difícil a resolução, a ajuda de um terapeuta de casal é recomendada para auxiliar numa melhora de comunicação e no aprendizado ao desapego do que não tem real importância.
As diferentes características de personalidade fazem com que as pessoas viagem ou apenas fiquem no planejamento. As que ficam apenas planejando, buscando a viagem ou o viajante perfeito, como jamais encontram, voltam-se ao passado e ficam remoendo detalhes dolorosos, tentando identificar porque não deu certo. Mesmo que estejam em um novo e bom relacionamento, insistem em não deixar o passado em paz, olham sempre para trás e perdem oportunidades de encontrar um novo parceiro para compartilhar esta nova fase. Há também os que vivem relacionamentos superficiais e que não suportam laços de qualquer tipo, por esta razão a cada ano tem um novo relacionamento. Estes só fazem viagens curtas. E há ainda aqueles que compreendem que “navegar é preciso, viver não é preciso” e analisam as possibilidades de dar certo com o cuidado de calcular o risco de errarem. Mesmo assim, decidem ficar juntos para achar um melhor e novo caminho, e todos os anos comemoram o dia dos namorados, lembrando das viagens feitas e planejando as que ainda desejam fazer, estes sim estão preparados para a próxima e tão sonhada fase, o casamento.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

No mundo do trabalho ao olhar a nossa volta cada um poderá observar comportamentos que chamam atenção pela imprevisibilidade. As pessoas possuem formas de agir, distorções da realidade e crenças a respeito dos fatos, portanto como termos a certeza de que o que estamos vendo é a realidade ou tão somente a realidade segundo a nossa visão de mundo?
Assim como as pessoas têm uma personalidade, cada Empresa também tem a sua. Cada personalidade pode ser considerada mais ou menos normal, isto é, a pessoa pode ser ou estar mais ou menos saudável. Da mesma forma, as Empresas podem ser consideradas normais se forem produtivas ou anormais quando não apresentam mais a produtividade de antes. Porém, devemos pensar se vamos medir a normalidade da Empresa tão somente pelos resultados financeiros. E ainda questionar como se chega a estes resultados.
Vamos pensar que as pessoas, que são partes integrantes de uma empresa, têm sua personalidade e relaciona-se no mundo do trabalho com outras personalidades e juntas vão produzir um resultado que é o todo deste viver Empresarial. Pensar também no caminho que percorreram assumindo responsabilidade com o senso de pertencer, e ainda com suas dificuldades pessoais e sua subjetividade, e porque não dizer suas desorganizações comportamentais. Logo, como sabemos que as pessoas com desorganizações comportamentais ou mesmo patologias estão fazendo parte das Empresas? Assim sendo, faz-se necessário compreender e interagir com estas questões, pois esconder ou negar a existência de disfunções, não resolve, ao contrário, piora a situação. Portanto, não podemos acobertar as desorganizações comportamentais trazendo tensões para o grupo como um todo, gerando ansiedade e angustia que acompanham os transtornos, e consequentemente, dificuldades ainda mais graves para a equipe.
O colaborador, por não poder falar que não está psicologicamente bem para não ser tachado de louco, sente-se infeliz e faz infeliz quem está ao seu entorno podendo assim acarretar baixa produtividade, dificuldade de relacionamento, clima “pesado”, desfavorável, na equipe. Muitos são os executivos que constatam que para resolver questões técnicas basta seguir procedimentos e buscar informações em manuais, porém o trato com pessoas na construção de equipe, contando com estes transtornos os quais estão presente em muitas pessoas nas organizações, é mais difícil e requer uma dose de sensibilidade para perceber as diferenças de cada um e sabedoria para analisar o que precipita a desconexão. A intervenção a ser feita muitas vezes é o encaminhamento do colaborador para tratamentos psicológicos e médicos que promovam seu bem estar. Este acompanhamento pode ser desenvolvido dentro da Empresa com profissional de psicologia em sincronia com o pessoal de administração para que a Empresa como uma nave decole e seus passageiros tenham o prazer de viajar, compartilhar, desenvolver o senso de pertencimento tão almejado pelas Empresas na atualidade.
Portanto, o foco para que a empresa decole se possa conseguir resultado com pessoas está exatamente em seguir o exemplo do jardineiro: não basta escolher a semente (processo seletivo), e preciso preparar e cuidar do solo e da semente plantada. Este cuidado na Empresa são as políticas internas que devem deixar claras as metas, acompanhando o “clima” e desenvolver seus potenciais, cuidando da saúde de seus colaboradores (por intermédio de cuidados médicos e psicológicos quando necessário) para posteriormente agradecer e colher o fruto produzido (o cumprimento de metas) compartilhando os resultados. Logo, a melhora nas condições de trabalho do colaborador, o saber ouvir seus anseios, proporciona um bem estar geral na organização, fazendo-a “voar” de forma tranqüila depois sua decolagem, para após aterrissar, se reorganizar (suas novas metas) e alçar novos vôos para que com isso todos compartilhem do mesmo sucesso e satisfação.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

A IMPORTÂNCIA DO PSICÓLOGO DE SELECIONAR

O processo de recrutamento e seleção é de suma importância para o sucesso das empresas, pois é através dele que as organizações conseguem identificar talentos que fazem o diferencial neste mercado competitivo. Uma ferramenta essencial para a empresa moderna é a área de Recursos Humanos, com profissionais da formação humana, os quais têm a capacidade juntamente com o administrador de planejar, desenvolver, coordenar e controlar pessoas que fazem parte da empresa visando promover seu maior desempenho. O processo de recrutamento e seleção visa suprir a organização de recursos humanos necessários que sua postura frente ao mercado seja a mais estratégica e competitiva possível. Não basta a empresa se contentar com os recursos aparentemente disponíveis. É preciso que ela procure em diversas fontes as pessoas que atendam as suas necessidades sabendo identificar o perfil necessário e que colaborem na realização dos seus objetivos. Nesse sentido pode-se afirmar que o objetivo primordial do processo de recrutar e selecionar pessoas nas organizações é agregar talentos a empresa para que sua produção e produtividade sejam maximizadas com base em criatividade inovação e adequação a novas exigências do mercado, portanto o psicólogo que tem a formação organizacional e o profissional tecnicamente preparado para esta função.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

CULPA E DESCULPAS

Na escuta terapêutica, bem como no convívio social e familiar, frequentemente escutamos as pessoas buscando culpados ou desculpas para os seus dissabores da vida. Muito pouco as observamos refletir sobre sua participação na continuidade de um mal que traz sofrimento para si e para quem está em seu entorno. Ao se tomar consciência de um problema criado este pode cessar, já a continuidade das atitudes, o perpetua. Quando acreditamos que o outro é culpado ou justificamos nossos atos, dificilmente encontraremos a solução. Esta dinâmica do agir humano leva a comportamentos muitas vezes patológicos que necessitam de ajuda terapêutica para diminuir o quadro de ansiedade que se instala.
Ao refletir sobre a história da humanidade e a origem de não se assumir a participação na culpa (responsabilidade), nos vem à lembrança uma passagem bíblica que relata quando Deus indaga a Adão: “Por que pecastes?” e ele responde: “A mulher que me deste me induziu a pecar”. Então o Senhor pergunta a Eva: “Porque pecaste e induziu Adão a fazê-lo?” e Eva responde: “A serpente foi quem me induziu mostrando-me que seria muito bom comer do fruto proibido”. E então o Senhor disse que a serpente iria rastejar por toda a eternidade… Esta passagem nos traz conteúdo para que possamos refletir. Tanto Adão quanto Eva poderiam ter dito NÃO às tentações, mas não o fizeram e colocaram a culpa em outro. Assim também observamos no dia a dia. Há pessoas que colocam a culpa no outro e acham desculpas para muitas vezes procrastinar. A situação, pois, vai evoluindo de tal forma, que exige do indivíduo habilidades cada vez maiores para justificar seu fazer ou não fazer. Por acreditar que ao desenvolver estas habilidades sempre poderá enganar, levar vantagens ou impedir o sofrimento do outro, cria dentro de si um sentimento de grande solidão. Isto ocorre porque as pessoas por não confiarem mais neste indivíduo estão sempre se perguntando se o que ele fala é ou não real. Em virtude disto, frequentemente não o levam a sério em sua vida de relações, bem como em sua vida profissional. É sabido que até mesmo os mais hábeis na arte de enganar acabaram deixando rastros, principalmente aos que estão em seu redor, e quando a confiança é quebrada exige muito mais energia para provar o contrário em situações futuras.
Neste início de ciclo do ano de 2014, queremos propor uma reflexão sobre o desculpar ou culpar os outros pelos nossos atos. Sugerimos uma tomada de consciência, pois em todos os momentos podemos refletir sobre qual poderá ser a melhor solução para nossa vida mental e emocional. Diante desta reflexão, poderemos dizer NÃO para atitudes que temos a consciência que podem fazer mal a nós mesmos ou a outras pessoas por vezes tão queridas. E ainda, devemos entender que achar desculpas para procrastinar situações que exigem soluções só vai fazer com que a vida não evolua. Este não crescimento, não evolução, traz a sensação cada vez maior de menos valia e desmotivação, aumentando o quadro de ansiedade que provoca sérias doenças psicossomáticas, e pior, dificulta a vida de relações. Portanto, achar culpados ou desculpas pode ser patológico e necessita de cuidados profissionais. Pois entendemos que viver com responsabilidade, com atitude reflexiva e comprometida com as conseqüências, possibilita o bom convívio e uma vida em harmonia.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543