COMO APRENDER A DANÇAR O RITMO DAS ORGANIZAÇÕES?

Fazer o exercício de comparar as atividades empresariais com uma dança traz a dimensão do viver organizacional consciente, conectado e comprometido com o resultado, e também o prazer de trabalhar em uma organização sistêmica funcional.
Para que se possa dançar com técnica e com prazer se faz necessário escolher o par para dancar, escolher o gênero de música que agrada aos dançantes, experimentar e desenvolver.
Algumas pessoas aos se conhecerem dançam maravilhosamente bem juntas e outras tem dificuldade, pois na dança um precisa conduzir e o outro, confiar para que não haja cansaço e descompasso, o que acontece quando cada um quer impor o seu estilo e não está disposto a compreender o estilo do outro, que também pode ser bom. No caso, há necessidade de ajustes. Para vir a dançar bem é imprescindível entregar-se a outra pessoa. Para que isso aconteça se faz necessário a confiaça e a certeza de que o outro quer o mesmo que você: dançar bem e prazeirosamente.
Na organização nem sempre se escolhe com quem trabalhar e o conhecimento vai acontecendo no dia a dia e, normalmente, no desenvolvimento da tarefa com trocas de informações e entendimento da subjetividade. Aí vale um trocadilho “dançante faz a dança ao dançar” e o trabalho se dá com muitas pessoas diferentes que deveriam buscar o objetivo comum que seria produzir mais e melhor e sentir-se bem ao fazer. Tanto no trabalho quanto na dança se faz necessário ter consciência que a subjetividade está presente direcionando todas as ações. Com isso compreeende-se que cada um faz a sua parte para acontecer o que se espera. Muitas vezes, por esta subjetividade estar relacionada às crencas de cada um, se é impedido de dar o melhor e se passa a inventar um novo passo de dança ainda não conhecido pelo parceiro. Isto é feito por se tomar decisões considerando o comportamento que se supõe que as outras pessoas terão. Ou ainda, por acreditar que o outro irá fazer o que tem que ser feito ou porque se imagina que não adianta fazer pois o outro não faz a parte que lhe cabe. Com este pensamento fica-se paralisado, no mesmo lugar, e vive-se os dias com o sentimento do “tanto faz”.
Este pensamento individual e egoísta tem sua lógica, no entanto a mudança passa pela conscientização de cada um no ambiente organizacional, pois é a soma de atitudes que pode promover a mudança e a transformação das pessoas e da Empresa como um todo.
A Empresa passa por ciclos de desenvolvimento que requer uma continuidade para que ocorra as conexões entre as pessoas e os setores. Logo, é importante que seus gestores entendam que o desenvolvimento é maior que treinar as pessoas na função que ocupa. Já o colaborador necessita ser e ter consciência de que ele é um elo que liga o todo e que o todo liga-se a ele, que cada movimento e cada atitude contribui para a configuração do sistema.
Por definição, ser eficiente é obter mais resultado com menos recursos, entretanto tudo o que acontece ao sistema está ligado a várias coisa da vida da empresa como também da vida das pessoas. É neste ponto que a psicologia atua. O desenvolvimento de plano de ações pessoais, com o acompanhamento do profissional de psicologia, trabalha não só a subjetividade, mas também está vinculado a estratégias objetivas num movimento constante e contínuo. Deste modo, assim como na dança, irá integrar os vários casais para fazer do trabalho organizacional um grande baile que como resultado trará desejo de estar junto, ouvindo a música da empresa com atenção e com prazer, participando de acordo com seu ritmo, seu compasso, sua cadência, não como um simples executor, mas como uma parte integrante e muito importante para que haja sincronia e novas possibilidades, como um parceiro, companheiro, um verdadeiro colaborador.
Desta maneira, pode-se dizer que cada um se comprometerá com sua parte, para que ambos possam atingir seus objetivos. Como na dança, precisa-se do parceiro para dançar, mas não só disso, precisa-se de uma boa música, de saber ouvi-la, senti-la, vivenciá-la. É necessário também que ambos conheçam a técnica, porém que não se enrigessam com esta, que dancem de acordo com a cadência dada, a partir de seu conhecimento. Que estejam sempre prontos para novos ritmos, e para aprender os que ainda não sabem. O psicólogo não é um professor de dança, mas é o profissional competente para auxiliar no entendimento e melhor aproveitamento da subjetividade, para que esta seja instrumento integrador e para que o ser humano possa aproveitar suas potencialidades aplicando-as de forma eficaz nas organizações.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

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