A CORRIDA PARA O FIM DE ANO.

Já chegamos novamente em Dezembro e parece que o ano nem começou. Estamos correndo com tantos compromissos, tantas atividades, revisão de projetos a serem cumpridos ainda neste ano, revisão de sonhos para os encontros com familiares e amigos, viagens que pensamos em fazer etc. Parece que não dá tempo para tudo o que queremos fazer. Ao ouvir este comentário de muitas pessoas, nos indagamos: Porque temos esta sensação? O que estamos fazendo com nossas vidas? Será que estamos vivendo ou correndo para chegar não sabemos aonde? Será que vamos nos dar conta quando a vida estiver no seu final?
Esse é um bom período para revisarmos nossos planos de voo para o novo ano. Para isso é importante refletirmos: se vivemos este ano neste corre-corre e o resultado foi stress, cansaço e pouca satisfação,será que vale a pena continuar desta maneira? Podemos replanejar a vida para 2015 pensando melhor no nosso agir humano. Atualmente, a maioria das Empresas fazem férias coletivas neste período e as pessoas parecem ter obrigação de viajar, de postar nas redes sociais que estão em determinados lugares e felizes. Assim, gastam muito de seu tempo preocupados em tirar fotos e pouco em viver e sentir os momentos em companhia das pessoas queridas. Precisam fazer muitas coisas para ter novoseventos e assim continuam com a correria, o stress e o cansaço. Os dias passam e logo é hora de voltar e começar o ano novamente. E o descanso como foi?
Mas você pode fazer diferente neste final de ano. Ao planejar essa próxima etapa, considere que a vida é para ser vivida todos os dias do ano, de segunda a segunda, e cada momento é especial em nossas vidas. Viva o hoje e não espere ser feliz amanhã. Se precisar iniciar qualquer coisa como,fazer exercício, uma nova dieta, um tratamento de saúde, um dia especial com amigos ou familiares, ou momentos especiais consigo mesmo, faça agora!Não espere o Natal para demonstrar seu amor ou admiração pelas pessoas, nem este período para ser gentil com os outros. Busque analisar mais e fazer de todos os dias de sua vida, daqui para frente, um dia especial. Realizando com calma o que tem que ser feito, respeitando o outro em suas diferenças. Faça de cada momento de sua vida um dia de Natal e Ano Novo, assim não terá necessidade de divulgar sua felicidade nas redes sociais, pois estará ocupando seu tempo com o viver de verdade, registrando cada evento em sua própria existência.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal e Organizacional
Noemi Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal e Organizacional
Elisa Mara da Silva
CRP 08/03543

CASAMENTO A CAMINHO DA MATURIDADE .

Caso o seu casamento tenha resistido às fases anteriores, e mesmo com tantas adversidades, conflitos e divergências vocês continuam a caminhada, fiquem certos que a viagem agora começa a ter paisagens mais encantadoras e vocês encontrarão no caminho os frutos que merecidamente podem saborear juntos. No entanto, ainda deverão fazer escolhas para a colheita e isto exige sabedoria para utilizar os conhecimentos adquiridos ao longo desta trajetória, além de paciência para esperar os frutos que ainda não estão maduros amadurecer para que no futuro possam deles compartilhar.
Segundo Johnson & Whiffen (2012), a relação amorosa entre adultos envolvem dois parceiros em razoável igualdade de condições, em que ambos, às vezes, se sentem ameaçados, amedrontados ou feridos em sua necessidade de proteção ou conforto. Então nesta caminhada do casamento em que ambos já estiveram lado a lado no processo de descobertas um do outro,onde algumas vezes ambos foram empáticos, estimularam-se sexualmente, procuraram gratificação sexual e se apoiaram mutuamente para que o relacionamento evoluísse,agora estão mais seguros para continuar crescendo como pessoa e no processo da manutenção do casamento e da família.Sem dúvida, nesta fase os cônjuges já estão mais seguros na escolha que fizeram e entenderam que o “felizes para sempre” são intervalos cíclicos do plantio à colheita. Para que a colheita aconteça se faz necessário o gerenciamento das adversidades com o respeito das individualidades que em algumas fases anteriores do casamento, por ciúmes, insegurança e disputa do poder, se perderam. Ambos precisam cuidar-se para estar saudáveis, fazendo-se atraente um para o outro, tanto fisicamente, quanto emocional e intelectualmente. Para que o amor cresça e floresça se faz necessário o acompanhamento da vida do outro com admiração para motivar a caminhada e acertar o passo. Caso não haja o desejo do compasso, cada um continuará com seu destino e não acontecerá a sincronia. Contudo, esta fase do caminho, a maturidade, não significa ausência de conflitos. Significa que os dois já aprenderam muitas coisas um do outro, a resolução fica mais fácil e a separação não mais desejada.
Para os casais que se encontram nesta fase desejamos que entrem 2015 com o pé direito, cultivando afeto, plantando e colhendo respeitando à individualidade, planejando o caminho para a continuidade do relacionamento. Da mesma forma, àqueles que não atingiram ainda a maturidade, que este novo ano seja mais um ano de aprendizagem para que possam crescer e se desenvolver, pois muito há ainda a fazer, mas sempre vale a pena cultivar, cuidar, certos que a recompensa é uma colheita próspera e recompensadora.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

CASAMENTO ADOLESCENTE ,QUE CRISE É ESSA ?

Estamos refletindo sobre as crises do casamento em suas diversas etapas do crescimento e comparando com o ciclo vital. Percebemos no decorrer de nossa experiência como terapeutas de casal que há semelhanças entre o ciclo vital e a trajetória do casamento, tais como conduta e vínculos emocionais que necessitam ser revistos para que se possa elaborar, criar um novo jeito para seguir em frente.
O casamento está na adolescência quando os cônjuges acreditam já terem se separado de suas famílias de origem, formado sua própria família e preparados para tomar suas próprias escolhas. No entanto, por ainda não estarem totalmente prontos, amadurecidos, entram em conflito apresentando atitudes egocêntricas, onipotentes e egoístas em relação à vida, à família do outro, à sua própria atitude e de seu parceiro. Devido a isso, desvaloriza a família do outro e o outro, e esse conflito entre “detentores de verdades” leva a discussões intermináveis, com atitudes ora infantis, ora adultas, típicas da adolescência, com disputa de poder por conceitos e valores em uma visão unilateral. Este momento ainda tem como base o casamento dos pais, de amigos ou mesmo casamentos/relacionamentos anteriormente vividos. É importante saber que cada casamento é único e necessita ter o espaço para que os sonhos, medos e fantasias sejam falados. Com freqüência as brigas acontecem por pontos de vista iguais, mas como não conseguem ouvir, discutem como se fossem diferentes. Cada um com seu jeito de ser, com sua própria história e entendimento da vida, tem dificuldade de ouvir e pensar o que pode ser diferente, já que sempre viveu suas relações dessa maneira. O crescimento a partir deste conflito é possível quando ao falar de um problema existente os dois possam analisar juntos e buscar uma saída amadurecida para o próprio relacionamento. Segundo Mannoni (1999), o eu se estrutura como uma cebola, é feito de camadas sucessivas de identificações. As velhas identificações caem quando outras se instalam. Todos os casamentos evoluem, uns mais, outros menos, e na convivência social com outros casais criam modelos identificatórios os quais dão suporte à verdadeira independência das famílias de origem, possibilitando seus próprios projetos sem a necessidade de aprovação para a tomada de decisão quanto ao almoço do domingo, viagens, educação dos filho sou até mesmo investimentos que pensam em fazer.Neste sentido, a “rebeldia” se faz necessária para que os modelos vividos e trazidos de suas relações primeiras fiquem para trás e o casal construa seu jeito de ser casal, mas não deve ser fomentada na relação com o outro, na desqualificação do outro ou de sua família de origem, pois isso pode levar um ou ambos “sair de casa”, buscar outros que o compreenda e aceite.
Portanto, a fase do casamento adolescente é um marco importante para que o casal repense o contrato conjugal, o vínculo com a família de origem e faça uma revisão de si mesmo, do seu jeito egoísta de viver, se permitindo olhar para o outro e ver que o casamento é feito de duas pessoas diferentes que estão juntas para contribuir para o crescimento de ambas. Se o casal perceber que esta fase está difícil, busque um terapeuta de casal para caminhar junto nesta etapa e mostrar que ninguém depende de ninguém, nem que sabe mais, ou o que é melhor para ambos. E ainda, que não é necessário se abalar com o sucesso do companheiro na fantasia que sua mudança possa afastá-lo, mas principalmente levar ao entendimento que o casamento visa o crescimento dos dois, com disposição e carinho, compreendendo seu próprio jeito de serem, defeitos e qualidades, respeitando o outrem sua essência, para juntos ir a frente à construção de uma relação madura e generosa.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

AGRESSIVIDADE NO TRABALHO. TEM SOLUÇÃO ????

As boas relações interpessoais, tão necessárias no mundo do trabalho para que se consiga resultados satisfatórios, têm se modificado neste século,pois o comportamento de modo geral temse alterado.As pessoas neste séculodemonstram um nível de agressividade maior que no século XX. Os ataques que até então eram impessoais se transformaram em ataques pessoais e diretos. Hojefamiliares discutem, colegas de trabalho brigam, grupos de adolescentes marcam pela internet encontros para lutar, pessoas que nem se conhecem se hostilizam pelas redes sociais, fanáticos assassinam inocentes, os fóruns estão abarrotados de processos… Será que se consegue compreender estas mudanças e encontrar soluções? Qual a atitude que se espera dos Gestores de Pessoas, diante dessa realidade?
É fato que o mundo atual, com seu bombardeio de informações e falta de tempopara assimilá-las e transformá-las em conhecimento, gera um nível de stressalto que propicia a intolerância ea falta de paciência com o outro e consigo mesmo, fazendo com que cada um fique preso a suas “verdades”, tornando-se, assim, agressivo. É importante, pois, compreender como a evolução da humanidade levou à intolerância e aosconflitos frequentes no mundo social, familiar e de trabalho. O que se percebe é que a humanidade, em sua grande maioria, ainda está presa a conceitos lineares de “ou isso ou aquilo” como base de valores do mundo das relações. Esta forma de conceber o mundo faz com que se viva nos extremos, “o meu lado e o seu lado”, e os relacionamentos sejam disputas de poder onde um ganha e o outro perde. Como ninguém gosta de perder, acontecem os ataques pessoais objetivando a destruição da ideia do outro, do projeto e até mesmo, do outro. Esta forma de viver impossibilita a escuta empática tão importante para que se possa compreender como o outro pensa, vive e entende suas verdades. É esse escutar empaticamente que proporciona um relacionamento sinérgico, cooperativo, de entendimento, uma condição de ganha/ganha, onde “o meu e o seu torna-se o nosso”. Para o mundo do trabalho o relacionamento sinérgico é motivador. É o que permite que as pessoas descubram que podem “pensar sobre o que pensam” e construamuma nova realidade e um trabalho que se propaga,ondeas descobertas se multiplicam fazendo com que cada um se sinta pertencente ao processo e aos resultados, por meio de vínculos profissionais por afinidade de propósitos.
Portanto, para diminuir a agressividade no trabalho é necessário recriar a sociedade para o futuro, ainda hoje.Para que isso aconteça, cada pessoa necessita conhecer a si mesma, como seus valores e crenças influenciam o que percebe. E estar disposta a ver e compreender o outro, como ele se vê e se conhece, ouvindo-o com empatia. Quando se consegue entender o ponto de vista de cada um, é possível compartilhar o que se pensa. Somente desta forma, juntos, será possível criar algo novo, como nunca fora sonhado. Uma nova realidade, onde possa existir o sucesso de um sem que se destrua o sucesso do outro.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

ADMINISTRAR CONFLITOS! QUEM SE HABILITA????

Existem muitos conflitos nas Empresas e eles se devem ao fato de que as pessoas não percebem que todos os colaboradores de uma Organização estão no mesmo barco, pois se a Empresa se desenvolve, cresce, têm bons resultados, todos que fazem deste processo também evoluem e têm ganhos.Da mesma forma, resultados negativos atingem o grupoe traz consequências para todos.
Os problemas existentes nas Empresas são de ordens diversas, mas podem ser minimizados se as Empresas busquem, desde a fase de captação de talentos,perfis que estejam alinhados com sua Missão,Visão e Valores. E ainda, se após a captação, ofereçam treinamentos e oportunizem o desenvolvimento profissional e o crescimento pessoal, com políticas de carreiras justas e claras. Estas atitudes podem minimizar os conflitos, mas não podem impedir que eles ocorram. As pessoas que fazem parte de uma Empresa têm atividades diferentes que se complementam. Cada um realiza parte do trabalho para atingir o objetivo organizacional e os conflitos surgem das divergências de ideias; da crença que alguém possa ter deque seu trabalho é mais empenhoso, mais importante, mais necessário que o do outro; e pelas diferenças de personalidades tão importantes na composição de uma equipe. Estes aspectos quando mal gerenciados são grandes geradores de conflitos.
Bem, então quem se habilita a administrar os conflitos que serão inevitáveis nos relacionamentos de grupos? Ressalta-se que nem sempre a pessoa que esta na área administrativa ou gerencial é a pessoa que possui a habilidade para desempenhar tal papel, porém os conflitos necessitam ser administrados para que se obtenha o crescimento pessoal e o resultado organizacional. Situações de trabalho geram tensões e comportamentos de agressividade. Com isso, a resolução se dará com inteligência, diálogo e foco em resultados.E ainda, para se lidar com conflitos de ideias, é imprescindível evitar erros de comunicação que ao invés de resolução cria uma situação mais “tóxica” ainda para a Empresa, podendo levar a desestruturação e até a perda de talentos.
Portanto,a administração de conflitos é uma atividade importante e indispensávelnas Organizações, eé fundamental que quem a exerça tenha competência para tanto a fim de que o barco não termine de afundar, e que, ao invés disso,encontre em um futuro próximo águas calmas para continuar a navegar.

Psic. Elisa Mara Ribeiro da Silva Psic. Noemi P. Cappellesso Finkler
Terapeuta de Família e Casal Terapeuta de Família e Casal
CRP 08/03543 CRP 08/03539

QUANDO O AMOR AINDA PODE CRESCER

Quando o amor acontece, as pessoas passam a querer viver juntas. Idealizam a relação, se casam e esperam uma vida de plenitude na convivência, por acreditar que se existir amor tudo será colorido e permanecerão no “felizes para sempre”. Esta primeira fase do casamento denominamos “Casamento na Infância” por carregar as características do ser infantil que em um primeiro momento é fusionado com a mãe e acredita que ele e a mãe são um só. Fazendo um paralelo com os casais, nesta primeira fase do casamento, marido e mulher também buscam fusionar-se, ser um só. Com isso tornam-se dependentes um do outro, exigem a presença constante e idealizam o outro como parte de si mesmo. Parece ser perfeito. Estar juntos é o que basta! Não toleram o afastamento e a individualidade por interpretar estas necessidades como desamor e abandono. Porém, o amor ainda pode crescer se houver convívio, diálogo, tolerância, conhecimento de si na relação com o outro e disposição para conhecer o parceiro/parceira como ele realmente é. E principalmente, se conseguir lidar com as crises e conflitos que surgirão e auxiliarão o crescimento de cada um e da relação.
As pessoas quando se casam precisam compreender que o casamento é um processo que une duas pessoas que possuem diferenças familiares nos valores, hábitos e formas de se conectar afetivamente. Por vezes, os casais imaginam que após o evento do casamento, todos se sentirão próximos e conectados. Nesta fase do casamento, é característica a idealização de uma vida de felicidade plena e sem problemas, própria da imaturidade, ingenuidade, inocência e falta de conhecimento de si e do outro em uma vida de relações. Este momento exige trocas e abertura para o crescimento, ao mesmo tempo em que é solo fértil para o surgimento de crises conjugais que podem levar ao rompimento se não forem desenvolvidas habilidades para manejar as diferenças. Tarefas devem ser desempenhadas para que ambos possam exercitar o afastamentocom sua família de origem, bem como relacionar-se com o modelo familiar do cônjuge. É importante compreender e saber interagir com as interferências advindas do meio externo, criando limites para que o casal consiga avaliar as regras importadas de seus familiares e as criadas para esta nova família, e assim atingir um convívio harmonioso e amoroso. Além disso, ressalta-se o exercício da autonomia. A falta de habilidade em exercer e aceitar a autonomia, sua e do outro, fará com que atrase a formação das regras desta nova família. Principalmente, quando há uma relação rígida com os pais antes do casamento que se mantém depois, sem a construção de um novo. Isto leva o casal a entrar em atrito. Faz com que um imponha ao outro o aprendido em sua casa, estabelecendo a disputa de poder, onde cada um quer mostrar que o outro está errado.
Para que o amor possa continuar crescendo, é necessário entender que o casamento oferece a oportunidade de se ter alguém muito próximo, diariamente, possibilitando se deparar com a impotência da perfeição. Consequentemente, deixar a ingenuidade infantil para continuar evoluindo, compreendendo que o “viver juntos” traz dificuldades, mas também satisfação, por poder criar um convívio nunca imaginado sozinho. E que mesmo diferente do planejado, é possível, sem dúvida alguma, acreditar que o amor do “felizes para sempre” no sentido imaginário, pode não existir, porém o amor que amadurece torna-se verdadeiro e concreto e supera as adversidades a cada dia, por meio do diálogo e respeito, o que pode ser muito melhor. Vamos tentar!

Psic. Elisa Mara Ribeiro da Silva Psic. Noemi P. Cappellesso Finkler
Terapeuta de Família e Casal Terapeuta de Família e Casal
CRP 08/03543 CRP 08/03539

VIDA COM QUALIDADE E TRABALHO: Para que trabalhamos?

A maneira de viver no século XXI nos remete a um novo pensamento de como podemos transformar nossas vidas e consequentemente o mundo do trabalho. É neste que passamos a maior parte de nosso tempo, logo a qualidade de vida também depende dele. Por esta razão vale a pena nos perguntar: por que e para que trabalhamos?
Desde muito cedo o trabalho faz parte das brincadeiras da criança e ao brincar ela se inventa e se reinventa sendo um profissional. A brincadeira oportuniza um olhar sobre o existir humano e sua importância para o mundo. Muito se fala sobre a qualidade de vida no trabalho relacionando-a ao aparecimento de doenças muitas vezes incapacitantes. Isso induz a pensar que as doenças do trabalho aparecem pela forma como as Empresas estão estruturadas e à necessidade de mudanças nessa, como se fosse algo alheio ao comportamento, à atitude do trabalhador. No entanto, o homem que ali trabalha participa com sua potencialidade na construção de seu ambiente, pois ele é parte para a continuidade e a transformação ou mesmo para a estagnação e a morte de qualquer estrutura.
É muito comum ver pessoas reclamando de suas vidas e de seu trabalho, mas nada fazer para mudar. Como espectadores do mundo televisivo, esperam tudo pronto. Passam a ser meros executores, usando mais seus músculos do que seu cérebro e seu sentir. Mal sabem elas que podem mudar sua vida como leitores que, ao ler, refletem e criam seu próprio mundo de relações com outras pessoas, e assim podem aplicar seu conhecimento na transformação da vida. O que deve mudar, então, é a atitude. Para melhor exemplificar trazemos a imagem do homem lançando uma pedra no lago. Quando a pedra cai na água do lago, faz ondas que molha o solo onde está plantada uma árvore. Esta dará frutos doces quando humildemente recebe a luz do sol como parte do processo. Esses frutos alimentarão pessoas, pássaros e outros animais. Os que não servirem de alimento, serão nutrientes para outras formas de vida e para o solo. Este poderá, assim, continuar sendo base para que se reiniciem novos ciclos produtivos. Naturalmente as pessoas têm escolhas. Podem vir a ser o homem que lança a pedra, e possibilita ciclos produtivos, ou tão somente a pedra, que se vê como vítima de uma ação. Pessoas que estão bem emocionalmente, motivadas e com boa autoestima, conseguem ser estímulo, se ver parte da transformação, tanto na vida de relações, como no mundo do trabalho. As que não se comprometem, não se envolvem, optam por não buscar uma vida com qualidade, escolhem ser pedra.
O segredo da transformação está no equilíbrio de tudo. Para que tenhamos uma vida saudável, é preciso equilibrar alimentação, exercícios físicos, vida afetiva, amorosa e equilíbrio financeiro. No mundo do trabalho é preciso também equilíbrio. Para tanto, precisamos saber qual a nossa missão neste mundo, e só descobriremos perguntando: por que a Empresa precisa de mim nesta função? Quais as tarefas que necessito desempenhar? Tenho as competências necessárias para realizá-las? Isso se chama consciência. E ainda, é preciso conexão com o que fazemos, compromisso com os resultados esperados, e celebrar quando estes acontecem. Se observarmos, poderemos ver também Empresários que dirigem suas Empresas como pedra. Sem investimento no desenvolvimento de sua Empresa e de seus colaboradores, permanecendo inertes no fundo do lago. Os que se desenvolvem, lançam ideias, investem e contribuem para a transformação, para o trabalho em equipe. Planejam e pensam a Empresa como um todo integrado, aproveitando os potenciais contratados, promovendo uma equipe motivada e colaboradores com boa qualidade de vida.
Viver com qualidade significa, portanto, sermos sujeito de nossa própria história e corresponsáveis por todas as coisas que estão em nosso entorno, seja na vida de relações ou no mundo do trabalho. A qualidade está em cada um de nós, em nossas atitudes, em nossa interação com o mundo. Logo, é preciso agir com consciência e responsabilidade, e assim saber que trabalhamos para sermos protagonista de nossa própria vida.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal e Organizacional
Noemi Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal e Organizacional
Elisa Mara da Silva
CRP 08/03543

O MUNDO DAS LUZES E DAS SOMBRAS.

Publicado no Jornal Gazeta de Toledo

Para interpretar a realidade vivida pelos movimentos sociais e políticos da atualidade nos aventuramos a pegar como base o pensador Platão em “O Mito da Caverna” que ilustra como se dá o aprendizado humano, relatando o diálogo de Sócrates com o discípulo Glauco.
O filósofo orienta a imaginarmos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados, acorrentados, forçados a permanecer no mesmo lugar, olhar apenas para frente e viver em uma semiobscuridade por meio da luz que entra na caverna proveniente de uma grande fogueira localizada fora da caverna. No exterior, ao longo de uma mureta, homens transportam estatuetas de figuras humanas, animais e de todas as coisas. Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas, mas não podem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam. Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros acreditam que as sombras vistas são as próprias coisas. Não sabem que são sombras, nem que são estatuetas de coisas e muito menos que há outros seres humanos fora da caverna. Também não podem saber que enxergam, pois a luz da fogueira é a única luminosidade que reina na caverna.
Platão expressa que se algum prisioneiro fosse libertado olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna. Num primeiro momento, ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do sol, e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas. Assim descobriria que, durante toda sua vida, o que vira era as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna e que somente naquele momento estaria contemplando a realidade. Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros sua vivência e tentaria libertá-los. Porém, os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo.
Este mito possibilita mostrar que um novo aprendizado, o sair da caverna onde reina a ignorância, o contato com o conhecimento, o “mundo da luzes”, não necessariamente é compreendido ou aceito pelos demais. E que aprender, conhecer um mundo novo, traz “dores”, pois exige mudanças.
Numa interpretação inversa, pode-se dizer que estar no “mundo das luzes” e passar a fazer parte do “mundo das sombras”, também exige uma adaptação: à escuridão. Isto significa esquecer como era o mundo onde a verdade está aos olhos. Onde os homens são verdadeiros, livres, capazes de exercer suas escolhas e autonomia, e não enganados ou enganadores, presos ao que é falso e ludibrioso, sem escolhas, exercendo o que as amarras permitem.
É nesta inversão, que acreditamos estar muitos dos políticos na atual configuração dos acontecimentos. Muitos dos que estão hoje no poder, viveram o mundo das luzes, lutaram, sofreram e buscaram a liberdade, o mundo da luz para todos, mas ao entrarem nas trevas, se contaminaram e converteram às amarras. Ao fazer parte de um mundo de escuridão, onde as regras são regidas por propinas, mensalão, troca de favores, conluio e corrupção, passaram a agir conforme estas regras. Onde ficou o “mundo das luzes”? Da ajuda mútua da convivência em sociedade sem querer algo em troca, pelo simples bem estar social? O que predomina hoje são as vantagens. Vivendo neste meio, e com estas regras, o que podem compreender de boa-fé? Logicamente, as regras que irão reger seus pensamentos, acerca da sociedade e dos demais seres humanos, meros cidadãos, estarão diretamente relacionadas ao mundo ao qual estão inseridos: “o mundo das sombras”.
A esperança, pois, da sociedade está nas famílias e escolas que permitem uma reflexão crítica e apartidária, à luz dos acontecimentos, promovendo saberes, oportunizando o desenvolvimento de seres com firmeza de caráter e coragem para enfrentar os cavaleiros do mundo da escuridão. Com a sabedoria do viver em sociedade, respeitando os direitos e assumindo os deveres, sentindo-se pertencentes ao contexto em que vivem. E assim, participantes da construção de um mundo justo para todos e não um mundo de prisioneiros na caverna das ignorâncias.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal e Organizacional
Noemi Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal e Organizacional
Elisa Mara da Silva
CRP 08/03543

Última modificação em Quinta, 20 Março 2014 16:05

A OCASIÃO REVELA O LADRÃO

Artigo publicado no Jornal Gazeta de Toledo.

Um dia desses, em uma conversa informal com um grupo de amigos, conversávamos sobre nossas atitudes e de outras pessoas em relação ao mundo em que vivemos e nos veio à mente o ditado “A ocasião faz o ladrão!” e um desses amigos sabiamente colocou que “A ocasião revela o ladrão!”, pois a construção da personalidade e caráter demora um tempo e pode ser aprimorada dependendo do desejo do ser e do contexto no qual está inserido, portanto nem somente o indivíduo é culpado e nem tão pouco o ambiente.
Esta reflexão se faz necessário neste momento histórico que vivemos. Muitos protestos com depredações de patrimônios públicos, com perdas de pessoas inocentes ou prejuízos em nossas vidas, muitas vezes irrecuperáveis. Então onde é possível agir para termos protestos justos e conscientes? É claro que as manifestações são importantes, pois revela o desejo de uma sociedade e pode ser um guia para o poder público desenvolver projetos que atendam o anseio da comunidade. Por outro lado, como lidar com pessoas que vão às ruas para agredir, para depredar, para machucar? Para estes casos precisamos refletir: se a personalidade se estrutura a partir das relações afetivas que embasam o desenvolvimento de valores e limites construídos na família de origem, em sincronia com a escola e a comunidade em que viveram, são estes contextos que necessitam ser revistos e alinhados para uma nova sociedade, onde todos tenham direitos, mas também deveres e saibam que os limites são necessários para um viver social. Só assim se poderá ser um participante real no planejamento de uma sociedade. Não se omitindo do viver político e da contribuição com seu saber. Estamos cansados de ouvir que a esperança está nas crianças. Acreditamos que a esperança está em cada um de nós: pais, professores, profissionais e representantes da comunidade, em nossas atitudes, pois o exemplo educa muito mais que o discurso.
Portanto, somos também responsáveis por tudo que está acontecendo ao nos omitir de participar de uma forma consciente e reflexiva, responsável e crítica, da busca do bem comum. Quando queremos fazer valer tão somente nossa vontade, em uma atitude egoísta, e muitas vezes partidária, estamos contribuindo para criar esta sociedade destrutiva. Desta forma, não é a ocasião que cria possibilidades da pessoa ser isso ou aquilo. Mas sim, a ocasião possibilita que a pessoa demonstre o que ela realmente é.
Sempre que tivermos oportunidade, querendo ou não, estaremos revelando o que realmente somos. Logo, muito importante é estarmos preparados, prontos para qualquer ocasião, nos revelando pessoas capazes de um viver social consciente.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

PORQUE OS CASAIS SE SEPARAM?

Publicação Revista Versões Ano 9 – Edição 104 – Março/2014

Muito se fala sobre os motivos que levam duas pessoas que decidiram em um dado momento entrelaçar suas vidas em uma proposta de “felizes para sempre” em um tempo não muito distante, decidir pela separação. Os amigos e familiares tentam interferir e algumas vezes achar a razão para o que está acontecendo e com frequência buscam culpados para tais mudanças de destinos.
Como terapeutas de casais, partilhamos muitos destes conflitos em momentos diferentes do casamento como: momento inicial, em que o casal não conseguiu solidificar a união; filhos pequenos, e não conseguiram equilibrar os papéis parentais e conjugal; filhos adolescentes, quando não possibilitaram ou não conseguiram realizar as mudanças necessárias das regras; ninho vazio, não conseguindo fazer um novo olhar para a relação a dois e para os filhos que alçam vôo; velhice, ao não conseguir de forma generosa olhar o outro e a trajetória a dois. Enfim, muitos casais procuram atendimento na fase que estão pensando em separar, ou que já decidiram, e querem ajuda para continuar exercendo os papéis que lhes competem, principalmente de pais, com menos danos possíveis aos filhos. Buscam no terapeuta orientação e acolhimento quanto à decisão a ser tomada. Nesta escuta, percebem-se os casamentos idealizados; as dificuldades de lidar com o que é diferente; o desconhecimento um do outro, de sonhos e planejamento; a dificuldade em lidar com o mundo adulto de responsabilidades e das tarefas necessária a serem assumidas pelos dois. Tudo isso gera um mal estar que poderia ser momentâneo e levaria ao crescimento de ambos, mas que pela falta de diálogo, de uma escuta respeitosa, faz com que os dois não se aprofundem em conhecer um ao outro, não avaliem o que há de bom ou ruim neste relacionamento, sem perceber, sem refletir que apenas sonham. Sonham que irão para um novo relacionamento e tudo será diferente, permanecendo no mesmo ponto: da idealização. Idealização de uma nova relação, de um novo parceiro, sem o esforço e a dor da mudança necessária em si mesmo.
Os relacionamentos são difíceis e exigem empenho para se compreender o outro. Seja relacionamento de trabalho, familiar ou de casal, é preciso entender que quando se entra numa nova relação, se traz padrões de relacionamentos anteriores, carregados de sentimentos, valores, crenças e mitos, que se tem como verdades. Com isso, tenta-se encaixar o relacionamento atual naquele já conhecido, e se perde a oportunidade de conhecer o outro e criar um novo modelo, com a participação dos dois, para que ambos possam ser favorecidos. Devido à complexidade e empenho na relação, os casais pensam que o mais correto é separar-se, porém se as pessoas não conseguiram formar um casal de fato na primeira relação, como irão para a próxima? Frequentemente, vão com o modelo do relacionamento que julgam ter dado errado e passam a fazer comparações, o que aumenta a probabilidade de errar novamente, e assim perdem a esperança de viver um casamento e crescer com ele.
Portanto, nós, terapeutas de casais, acolhemos, apoiamos e conduzimos, no atendimento psicoterápico, o casal para o diálogo e para a compreensão de si e do outro, possibilitando que passem pelas dificuldades e juntos busquem o melhor caminho para dar continuidade a suas vidas, casados ou não, de forma a reduzir os danos a todos os envolvidos, sem desacreditar na possibilidade de crescimento, de comprometimento, e no “ainda feliz para sempre” mesmo com um modelo diferente do vivido até então.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543