FASE DO CICLO DE VIDA FAMILIAR: ”NINHO VAZIO”

Chegamos à última estação de nossa viagem, que é o “ninho vazio”, esta fase é assim chamada pelo fato que duas pessoas que se uniram e viajaram juntas pela vida, começando em dois, colocaram algumas pessoas neste vagão e tiveram várias experiências juntas. Observaram paisagem, criaram vínculos, viveram momentos bons e ruins, agora estas pessoas que compartilharam deste vagão e dos vários momentos, vão seguir roteiros diferentes e o casal olhando o que já viveram, aproveitam as experiências, observam o cenário e escolhem novos rumos que podem ser coloridos ou em preto e branco.
Neste período, o casal tem como tarefa permitir que os filhos pulem do vagão na estação que optarem e sigam sua viagem fazendo suas escolhas. Com isso, os que permanecem, buscam desenvolver a relação de iguais e preparam-se para a função de avós necessitando adaptar-se a mudanças do contexto familiar e social que são inevitáveis, e prepara-se para a aposentadoria. Mas, como não existem mudanças sem conflitos, também aqui eles vão aparecer, e se bem analisados, pensados e elaborados, levarão ao crescimento necessário para enfrentar a síndrome do ninho vazio e a síndrome do desemprego. Pois, nesta fase ao mesmo tempo em que algumas pessoas perdem os pais, também perdem o convívio dos filhos, que estão em outro ciclo de vida.
Quando os pais não conseguem entender este momento de vida e não criam novas formas de lidar com o vazio que fica pela saída dos filhos, acabam se entristecendo e às vezes adoecendo ou invadindo o casamento dos filhos, criando dificuldades para que a nova família siga seus próprios caminhos. Muitos pais ficam dependentes dos filhos de forma implícita ou explicita. Por vezes, por não terem se planejado durante a vida produtiva chegam nesta fase dependendo economicamente dos filhos e/ou também emocionalmente, por não terem desenvolvido grupo de amigos e nem buscado novas atividades. Desta forma, necessitam dos filhos para terem algum significado em sua vida, querendo que estejam sempre em sua casa e em seus programas sociais. E, quando os filhos não estão disponíveis, ficam chateados e amargurados.
Transitar pela vida tem sempre diferenças de paisagem, o que faz parte do viajar. A sabedoria está em aceitar as mudanças que acontecem inevitavelmente, ser grato por chegar a cada estação e também se alegrar por poder partir para a próxima, aproveitando e saboreando os frutos maduros que colheram ao longo do caminho. Aproveitando da semente, tendo clara a missão do semeador que se alegra por ver as sementes germinando com a certeza que virá a primavera e deixará o caminho florido para outros viajantes. E ainda, saber que na próxima estação aparecerão os frutos que servirão de alimento para outros, e assim, se perpetuará a vida.

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Noemi Paulina Cappellesso Finkler
CRP 08/03539

Psicóloga – Terapeuta Familiar e de Casal
Elisa Mara Ribeiro da Silva
CRP 08/03543

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